23 de março de 2019 | 05h00
Os elevados níveis das cotações do petróleo nas bolsas internacionais, próximos de US$ 67 o barril do tipo Brent, refletem a força de um mercado marcado por fatos relevantes. Em fevereiro, a oferta diminuiu em decorrência do agravamento dos problemas na Venezuela e da queda da produção do Canadá, no entanto os EUA ocupam papel cada vez mais importante na oferta, graças à produção de shale gas.
Segundo a edição de março do Relatório do Mercado do Petróleo, da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), os EUA contribuíram, em 2018, com 79% da expansão da produção dos países que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e em 2019 esse porcentual deverá atingir 83%.
Na Opep, a Arábia Saudita, detentora das maiores reservas do mundo, cortou sua produção em fevereiro com o objetivo de “remover o excesso de óleo do mercado”, segundo a publicação da IEA.
A volatilidade da economia global pouco afetou, portanto, o mercado de petróleo. A demanda caiu rapidamente no final do ano passado, principalmente nos países da União Europeia e da Ásia, crescendo apenas levemente nas Américas. Mas houve queda da oferta suficiente para manter as cotações altas, favorecendo os produtores, inclusive o Brasil.
Em editorial sobre o papel da oferta como mecanismo amortecedor contra baixas, os analistas da IEA não excluem o risco de um colapso na produção venezuelana, o que abriria oportunidades para outros produtores. A China e a Índia estão entre os grandes compradores de óleo da Venezuela. Sem as compras regulares dessa commodity para a América do Norte, a Rússia poderia embarcar para os EUA mais 150 mil barris/dia.
A queda da demanda por nações industrializadas é esperada tanto para 2019 como para os próximos cinco anos.
A situação é diferente no Brasil. A demanda cresceu em 85 mil barris/dia entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019. A demanda para operações de tráfego aéreo avançou 3,4% entre dezembro de 2017 e dezembro de 2018, embora tenha evoluído apenas 0,3% entre os meses de janeiro de 2018 e de 2019.
A expectativa é de uma elevação da demanda no País de 60 mil barris/dia entre 2018 e 2019, em razão da aceleração do crescimento econômico. Para a Petrobrás, demanda e preços altos serão muito favoráveis.
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