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Queda de serviços completa cenário de desaceleração

Queda da atividade do setor terciário foi generalizada a em março

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Por Redação
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Salvo exceções como os serviços prestados às famílias e alguns itens dos serviços de transportes, foi generalizada a queda da atividade do setor terciário em março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mostrou recuo de 0,7% entre fevereiro e março de 2019 e de 2,3% entre março de 2018 e março de 2019, interrompendo um período de sete altas mensais consecutivas nas mesmas bases de comparação. Os resultados mostram que se acentua o processo de desaceleração da economia brasileira, fato já reconhecido pelas autoridades monetárias.

Entre fevereiro e março, caiu 1,7% o volume de serviços de informação e comunicação, com destaque negativo para os serviços de tecnologia da informação (-2%), o que indica um corte de investimento das empresas em item relevante da modernização das companhias. Os serviços profissionais, administrativos e complementares cederam 0,1% e o item outros serviços acusou redução de 0,2%.

Entre os itens com resultados positivos estão alojamento e alimentação das famílias, além de turismo e transporte aéreo – nos dois casos, influenciados pelo carnaval e pelas aquisição de pacotes para a Semana Santa.

Na comparação entre os últimos 12 meses e os 12 meses anteriores e entre os primeiros trimestres de 2018 e de 2019, os números ainda estão no campo positivo, registrando, respectivamente, elevações de 0,6% e de 1,1%. Mas, pelo critério de média móvel, houve diminuição de 0,6% entre os trimestres terminados em fevereiro e em março.

Apesar do seu peso relevante no Produto Interno Bruto (PIB) – da ordem de 70% –, os serviços dependem muito do comportamento da indústria e do comércio, cujos resultados também têm sido fracos.

A queda é geral, alcançando 16 das 27 unidades da Federação pesquisadas pelo IBGE. Entre fevereiro e março, as quedas mais expressivas ocorreram em Mato Grosso (-7,7%) e no Rio Grande do Sul (-4%), mas, medido pelo peso relativo, o recuo de 0,9% em São Paulo foi determinante do indicador nacional.

As perspectivas para o setor de serviços não podem ser vistas como promissoras, em razão do nível reduzido da oferta de emprego e da situação financeira das famílias, que têm sacado recursos das cadernetas e dos fundos para consumir.