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Retomada do investimento em capital fixo

O indicador de investimento do Ipea apontou para alta de 1%, entre junho e julho de 2019

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Por Redação
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Surgem indicações de que está em curso um aumento de investimentos, cuja realização poderá estimular a criação de empregos e contribuir para a recuperação da economia brasileira. É o que mostram o Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) de julho e o último Boletim Macro, do Ibre/FGV.

O indicador de investimento do Ipea apontou para alta de 1%, entre junho e julho de 2019, e de 3,1%, entre o trimestre encerrado em julho e o trimestre anterior, em bases dessazonalizadas. Os números, segundo a publicação, antecipam um resultado favorável para o trimestre julho/setembro deste ano.

Os dados de formação de capital fixo dependem do comportamento do consumo aparente de máquinas e equipamentos, que corresponde à produção doméstica líquida de exportações, da construção civil e de outros itens. No trimestre encerrado em julho, o consumo de máquinas e equipamentos cresceu 6,6%, mas isso em razão mais das importações do que da produção local. Esse é um mau sinal para a indústria brasileira, além do fato de que mais importações podem pressionar as cotações cambiais.

A construção civil também mostrou um aumento de investimentos, pelo critério de trimestres móveis. É um ponto favorável para a economia, dada a importância da construção civil para a geração de empregos.

No Boletim Macro, do Ibre/FGV, as economistas Silvia Matos e Luana Miranda projetam para 2019 um crescimento de 1,9% do investimento, mas esse porcentual seria menor se fosse descontado o valor de importações de plataformas de petróleo.

O que se observa é que os indicadores de retomada do investimento ainda são tênues, não permitindo grandes mudanças, para melhor, nas perspectivas futuras para a economia.

Um exemplo das dificuldades está na lentidão dos investimentos em infraestrutura. Previsões da Consultoria Inter.B divulgadas pelo serviço noticioso Broadcast da Agência Estado mostram que apenas R$ 133,4 bilhões serão investidos em infraestrutura em 2019, alta nominal de 7,4% em relação aos R$ 124,2 bilhões de 2018. A taxa de investimento como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) deverá atingir 1,87%, acima dos níveis de 2018 (1,82%) e de 2017 (1,69%), mas abaixo do necessário para modernizar a infraestrutura do País.