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Sinal positivo na difícil conjuntura do emprego

Após cair durante quatro meses consecutivos, o Indicador Antecedente de Emprego subiu 0,8 ponto entre maio e junho

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Por Redação
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Após cair durante quatro meses consecutivos, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu 0,8 ponto entre maio e junho, para 86,6 pontos. Trata-se de um pequeno sinal positivo entre os Indicadores de Mercado de Trabalho da FGV – e que por isso deve ser destacado – num quadro de graves dificuldades para a criação do emprego, em que quase 13 milhões de pessoas estão sem ocupação, segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE.

Nos últimos 12 meses, apenas uma vez, em janeiro de 2019, o IAEmp superou a marca dos 100 pontos que separa os campos positivo e negativo.

A melhora do IAEmp se dá depois de um recuo particularmente intenso. O indicador caiu 1,8 ponto em fevereiro, 5,8 pontos em março, 1 ponto em abril e 6,7 pontos em maio.

Na média do segundo trimestre, houve queda de 9,6 pontos em relação ao trimestre anterior, segundo a FGV. “A alta do IAEmp em junho surge como um primeiro sinal positivo”, notou o economista Rodolpho Tobler, da FGV e do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre). “Apesar disso, considerando o patamar baixo do indicador, o cenário do mercado de trabalho para os próximos meses ainda é de cautela”, disse Tobler. Ou seja, a recuperação depende da melhora da atividade econômica e da queda dos níveis de incerteza.

Além do IAEmp, a FGV calcula o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que também registrou sinal levemente favorável em junho. O ICD caiu 1,1 ponto entre maio e junho, para 94,6 pontos, após crescer – ou seja, piorar – nos três meses anteriores. Pelo critério de média móvel trimestral, subiu 0,1 ponto em junho, para 95,0 pontos e continua em patamar elevado, “reforçando a percepção de lentidão na recuperação do mercado de trabalho”, notou Tobler.

Aprovada a reforma da Previdência, a melhora do ambiente econômico poderá ser promovida por medidas de estímulo à atividade. Mas uma retomada mais forte ainda não está no radar dos especialistas, embora dela dependa a redução do desemprego.

O IAEmp de junho indica expectativas melhores para os próximos meses. As expectativas também poderão ser ajudadas por uma diminuição dos juros que não se limite à queda da taxa básica, mas que chegue ao custo do crédito bancário.

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