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Sistema financeiro sólido, segundo o BC

É uma avaliação tranquilizadora, pois a solidez é essencial para assegurar o bom funcionamento e o crescimento da economia

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Por Notas & Informações
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O Sistema Financeiro Nacional mantém sua solidez, e a política macroprudencial seguida pelo Banco Central (BC) – com o objetivo de manter a higidez do sistema – “segue adequada, sem necessidade de ajustes no curto prazo”. Esta é a avaliação feita pelo Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do BC em sua última reunião, realizada no fim de agosto. Segundo a ata da reunião divulgada pelo BC, “os resultados dos testes de estresse mostram que o sistema está resiliente”.

É uma avaliação tranquilizadora num período em que, se não prejudica o desempenho das instituições financeiras do País – cuja solidez é essencial para assegurar o bom funcionamento e o crescimento da economia –, o estresse já afeta outras decisões empresariais importantes, como as de investimentos na ampliação e modernização do sistema produtivo.

'Resultados dos testes de estresse mostram que o sistema está resiliente', disse o BC. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Também se encontra sob forte estresse o ambiente político-institucional em razão de ameaças explícitas à ordem constitucional feitas por importantes detentores de mandato eletivo. Igualmente estressados estão trabalhadores que perderam ocupação ou renda e suas famílias, já sob forte tensão diante da crise sanitária, das incertezas e da alta generalizada dos preços.

O sistema financeiro, felizmente, mantém suas operações em situação menos tensa. Os índices de capitalização e de liquidez estão em níveis superiores aos exigidos pelos padrões de prudência. A rentabilidade avança, com destaque para a redução das despesas com provisões para créditos. É sinal de que são pequenos os riscos de perdas excepcionais com as operações de crédito já realizadas.

E o crescimento do crédito é amplo, “condizente com os atuais fundamentos econômicos e é verificado em diversos segmentos”. Taxas de juros historicamente baixas e a retomada gradual do crescimento são apontadas como fatores para o crescimento do crédito.

Entre os pontos para os quais chama a atenção, o Comef cita o aumento do apetite por risco das instituições financeiras em algumas modalidades de crédito, como para o setor imobiliário e para os financiamentos de veículos, especialmente usados.

Entre riscos, ainda moderados, o BC citou a aceleração da inflação nas economias avançadas, que traz a possibilidade de aperto nas condições monetárias mundiais. Não se falou da inflação brasileira.