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Varejo em alta traz alento à economia

O comércio varejista cresceu 0,4%, acima das expectativas dos economistas

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Por Redação
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Em janeiro, enquanto a produção industrial caía 0,8% em relação a dezembro, o comércio varejista cresceu 0,4%, acima das expectativas dos economistas. Não há motivos para euforia, mas o avanço do varejo foi generalizado e é sinal positivo de que o ritmo da atividade tende a se recuperar. Os bons indicadores da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se destacam em relação aos ruins. Isso ocorreu tanto no varejo restrito como no ampliado, que inclui dados de veículos e materiais de construção.

Na série com ajuste sazonal, as vendas aumentaram entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019 em 17 das 27 unidades da Federação. Destacou-se a alta do varejo no Amapá (7,9%), em Mato Grosso (5,6%) e em Santa Catarina (3,8%), mas também cresceram as vendas em Estados com economias fortes, como Minas Gerais (+2,6%) e Rio Grande do Sul (+1,7%). Em São Paulo, o avanço de 0,4% foi igual ao da média nacional.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o varejo cresce há seis meses consecutivos, enquanto o varejo ampliado vem crescendo há 21 meses consecutivos.

A retomada do comércio varejista é liderada por itens básicos, com destaque para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, além de combustíveis e lubrificantes. A queda das vendas de produtos farmacêuticos entre dezembro e janeiro se deve aos preços muito elevados cobrados pelas empresas, esbarrando na capacidade financeira dos consumidores. Com a perspectiva de novos reajustes, é possível que este segmento seja mais atingido neste semestre.

A comercialização de dois itens enfrenta dificuldades: um deles é o de móveis e eletrodomésticos; e outro é o de livros, jornais, revistas e papelaria. Além do fechamento de grandes empresas do ramo de livros, parece estranha a falta de prioridade das autoridades federais com vistas a fazer avançar o nível cultural dos estudantes, a começar do ensino fundamental. A queda das vendas desse item foi de 17,5% nos últimos 12 meses, em relação aos 12 meses anteriores.

Os maiores obstáculos à expansão firme do varejo são a evolução lenta da renda e o crédito muito caro. E não estão previstas, em 2019, liberações extraordinárias de recursos como a do FGTS em 2017 e 2018.

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