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Opinião|Um Brasil de oportunidades

Viagens colaboraram com melhoria da nossa percepção econômica diante do mundo

Atualização:

O governo do presidente Jair Bolsonaro definiu como prioridade na agenda externa reforçar a relação com os países que, por suas potencialidades, podem contribuir para a melhoria das condições de vida da gente brasileira.

Com este intento, no último mês foram realizadas as viagens aos EUA, ao Chile e a Israel, para destravar acordos que estavam estagnados há anos e, ao mesmo tempo, buscar novas possibilidades de negócios.

Por certo, estes movimentos colaboraram com a melhoria da nossa percepção econômica diante do mundo, ávido por negociar com este novo Brasil, que já se mostra mais apto a encetar as trocas comerciais buscando corroborar a evidência empírica de que países mais abertos são países mais ricos.

Durante os preparativos para estes encontros, nosso presidente se impôs algumas missões: fortalecer a imagem do País, com foco na atração de investimentos saudáveis, contribuir para a aquisição de conhecimentos nos campos científico e tecnológico, além de potencializar a exportação de produtos nacionais.

A visita aos EUA foi a primeira de caráter bilateral realizada pelo presidente Bolsonaro, evidenciando a prioridade que o governo atribui à construção de uma sólida parceria com este país, que é detentor da maior economia do mundo e o segundo comprador de produtos brasileiros.

Os nossos governos definiram importantes resoluções, dentre as quais se ressaltam: a celebração do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) Brasil e EUA, que permitirá a retomada do uso das instalações do Centro Espacial de Alcântara (CEA) e facilitará o acesso a novas tecnologias na área espacial, permitindo a entrada num mercado muito específico, que movimenta cerca de US$ 3 bilhões por ano; o estabelecimento de parceria entre a Polícia Federal e o Federal Bureau of Investigation (FBI); e o reconhecimento do Brasil como aliado prioritário fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o que permitirá o acesso à tecnologia militar e à compra de material de defesa mais avançado por nossas Forças Armadas.

Alcançou-se um dos objetivos prioritários dessa viagem com a indicação pelos EUA de que apoiará a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). É importante destacar que não deixaremos a Organização Mundial do Comércio, e, sim, abriremos mão do tratamento especial e diferenciado em futuras negociações.

Merece, ainda, destaque a decisão do nosso governo, anunciada naquele país, de isenção de vistos para os cidadãos australianos, canadenses, americanos e japoneses, o que propiciará um aumento consistente do fluxo de turistas advindos desses países.

Na visita ao Chile, ficou caracterizada a boa relação entre os dois países, que se notabiliza pela amplitude da cooperação, já consolidada em diversas áreas. Este entrosamento pode ser exemplificado numa exitosa parceria comercial – o Chile é o segundo país sul-americano com maior volume de compras do Brasil.

A estadia em Santiago marcou-se por dois momentos distintos: primeiramente, a participação na Cúpula Sul-americana, em que se vislumbrou a criação do Prosul, organismo regional que visa a melhorar a cooperação e a integração na América do Sul, priorizando a democracia acima de regimes ditatoriais. Num segundo momento ocorreu a reunião bilateral com o governo chileno, que tratou, entre outros aspectos, da expansão da relação comercial e do investimento em infraestrutura para o escoamento da safra de grãos utilizando portos chilenos, conectados ao centro produtor de nosso país, por meio do futuro corredor bioceânico.

Na área da transparência e da gestão, vale ressaltar o acordo de cooperação na luta contra a corrupção assinado entre a Controladoria-Geral da União e a Secretaria-Geral da Presidência do Chile.

Encerrando o circuito pelo exterior, depois de uma longa viagem, chegamos a Israel. As relações entre os dois países marcam-se pela cordialidade e por uma agenda bilateral positiva. Contudo, nesta visita, os líderes brasileiro e israelense decidiram alçar as relações a um novo patamar de prioridade.

A importância dada ao encontro pelo governo israelense comprovou-se logo na chegada àquele território, quando o presidente Bolsonaro foi recebido no Aeroporto Ben Gurion pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, deferência especial prestada a pouquíssimos chefes de Estado.

Durante a passagem por aquele país celebraram-se diversos acordos nas áreas da segurança pública e da defesa. No campo econômico, firmaram-se propostas para a exploração do transporte aéreo entre os dois países e, com destaque, foi dado início às tratativas para a criação de um escritório comercial em Jerusalém, para ampliar investimentos e desenvolver parcerias nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. Será, ainda, ampliada a cooperação na área da cibersegurança, desafio de momento que todos os países devem enfrentar de forma coordenada.

Foram viagens exitosas!

Agora, na volta ao cotidiano, vislumbra-se de forma cristalina que o desenvolvimento do Brasil do presente e do futuro iniciar-se-á com a retomada do crescimento econômico, que será fomentado, em boa parte, pelo aumento do comércio internacional.

O País precisa, urgentemente, realizar o dever de casa com as reformas estruturantes e tornar-se verdadeiramente aberto para o mundo, atraindo outros parceiros de peso para gerar emprego e renda.

Por fim, estas viagens vieram ao encontro da necessidade de serem resgatados os valores e as tradições da diplomacia do insigne Barão do Rio Branco, em que nosso país, ciente de sua grandeza neste mundo globalizado, precisa colocar-se afirmativamente como líder regional e stakeholder de peso no contexto mundial. *GENERAL DE DIVISÃO, É PORTA-VOZ DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA