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A expansão dos planos da previdência aberta

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Por Redação
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Os fundos de previdência aberta receberam neste ano, até setembro, R$ 30,9 bilhões em aplicações, devendo alcançar R$ 45 bilhões até dezembro. É o que prevê a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). O patrimônio desses fundos atingiu R$ 209,1 bilhões, 22,2% mais do que em setembro de 2009. O crescimento em 2010 ocorreu sobretudo no segundo semestre, quando os trabalhadores com planos individuais de previdência aproveitaram uma fase favorável de aumento da renda para fazer poupança.As aplicações em previdência privada, aberta ou fechada (fundos de pensão), têm incentivos fiscais, permitindo abater na declaração do Imposto de Renda até 12% do montante aplicado, o que propicia uma expressiva economia de tributos. Além disso, a tributação sobre a renda dos fundos de previdência é diferida, o que favorece a acumulação até o momento do recebimento dos benefícios.O exemplo dos fundos de previdência mostra que o alongamento das aplicações financeiras é possível, se houver tratamento fiscal favorecido para quem aplica por anos ou décadas. O alongamento das aplicações ajudaria na política de redução de juros, enfatizada pela presidente eleita.Somando o patrimônio das previdências privadas abertas e fechadas, os trabalhadores, diretamente ou por intermédio das empresas em que trabalham, reuniram ativos da ordem de R$ 700 bilhões para complementar a aposentadoria. Esse valor já corresponde a 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e será fator de estabilidade econômica no futuro. A complementação da renda é muito conveniente, pois não se pode imaginar que a Previdência Social possa manter indefinidamente a política atual de recuperação do valor real dos benefícios.Nos últimos oito anos, o patrimônio dos fundos de pensão cresceu três vezes e o dos fundos abertos, mais de seis vezes. Ainda assim, os ativos previdenciários são pequenos no Brasil, comparados aos de países desenvolvidos - na Holanda, superam os 130% e na Grã-Bretanha, 80% do PIB, com média de 75% do PIB nos países-membros da OCDE.Os fundos de previdência foram estimulados nos últimos anos por juros reais elevados nas aplicações de renda fixa e valorização das ações, às quais destinam, diretamente, 17% do patrimônio e, indiretamente, cerca de 10%, por intermédio dos fundos de renda variável. Se houver queda de juros, os fundos tenderão a aplicar parcela maior do seu patrimônio em renda variável, obrigando os participantes a um acompanhamento mais atento da remuneração.