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A queda lenta dos juros bancários

A taxa média paga pelas pessoas físicas diminuiu, em 12 meses, de 135,63% para 121,46% ao ano

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Por Redação
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Para os aplicadores em títulos bancários ou fundos, obter uma taxa líquida próxima de 0,5% ao mês não é tarefa fácil. Para os que precisam de crédito, porém, tomar recursos em bancos ou outros financiadores – quando esses recursos estão disponíveis – significa pagar taxas reais muito elevadas, com a exceção de algumas operações de crédito direcionado, como as do financiamento imobiliário baseado na captação das cadernetas de poupança ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Levantamento sobre as taxas praticadas no mercado livre, divulgado mensalmente pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), mostrou que os juros ativos (cobrados pelos bancos) caíram sem interrupção nos últimos nove meses. Ainda assim, seguem altíssimos. Em grande parte das linhas oferecidas aos clientes os juros são tão altos que o mais recomendável é evitar o endividamento em lojas ou bancos.

Entre novembro de 2017 e novembro de 2018, os juros do comércio caíram de 5,50% para 5,14% ao mês, os do crédito direto ao consumidor nos bancos cederam de 2,03% para 1,77% ao mês, os dos empréstimos pessoais recuaram, nos bancos, de 4,20% para 3,84% ao mês e, nas financeiras, de 7,55% para 6,85% ao mês. Já no cartão de crédito e no cheque especial, as taxas mensais superam os dois dígitos e as anuais estão na casa dos três dígitos (275% e 283% ao ano, respectivamente).

A taxa média paga pelas pessoas físicas diminuiu, em 12 meses, de 7,40% ao mês (135,63% ao ano) para 6,85% ao mês (121,46% ao ano). Para as pessoas jurídicas, a taxa média mensal caiu de 4,22% em novembro de 2017 para 3,62% no mês passado, ou seja, de 64,22% para 53,22% ao ano. Com isso, um leve aumento da procura por crédito foi observado nos últimos meses e as perspectivas para 2019 são de que a demanda de crédito continue crescendo. É o mais provável se a economia ganhar fôlego. Mas, ainda que haja crescimento das operações, o nível alto dos juros limita uma evolução vigorosa do crédito.

A consequência é que a retomada da economia será mais lenta do que poderia ser se existissem condições de crédito favoráveis para pessoas jurídicas e físicas. Entre essas condições está a oferta de empréstimos a custos compatíveis com a capacidade de pagamento de empresas e famílias.