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A recuperação da indústria é mais forte no Sul

Pelo critério de comparação entre iguais meses de 2016 e de 2017, a produção catarinense subiu 9,5%; a paranaense, 7,6%; e a rio-grandense, 7,4%, porcentuais não muito diferentes do dobro da média nacional

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Por Redação
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A retomada da produção industrial brasileira em maio, com alta de 4% em relação a igual mês de 2016, foi mais forte em Estados onde se concentram empresas mais modernas e mais produtivas, como Santa Catarina e Paraná, mas também no Rio Grande do Sul. Pelo critério de comparação entre iguais meses de 2016 e de 2017, a produção catarinense subiu 9,5%; a paranaense, 7,6%; e a rio-grandense, 7,4%, porcentuais não muito diferentes do dobro da média nacional. Como os indicadores de São Paulo e do Rio de Janeiro também foram bons, reforçam-se os sinais de melhora do setor secundário, mais atingido pela recessão iniciada em 2014.

Na comparação entre abril e maio, 10 dos 14 locais pesquisados apresentaram aumento da produção, com destaque para Ceará (+5,9%), Bahia (+3,6%) e Pará (+3,1%). Mas a produção acumulada em 12 meses, até maio, ainda caiu 2,4% e 11 dos locais pesquisados registraram quedas (a maior de 9,3%, no Espírito Santo, seguida do recuo de 8,2% na Bahia).

Os indicadores variam muito, mostrando que as dificuldades persistem. Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, “depois de um longo período de retração aguda”, voltam à cena “resultados positivos, embora muito fracos”.

Em São Paulo, a comparação entre os primeiros cinco meses de 2016 e de 2017 ainda é desfavorável (-0,6%), mas a retomada se fortaleceu no bimestre abril-maio e alguns segmentos já exibem resultados elevados. O de equipamentos de informática e eletrônicos avançou 23,7%, o de veículos subiu 14% e o de têxteis cresceu 8,8%. Mas a produção de itens farmacêuticos diminuiu muito na mesma base de comparação (-16%), o que parece se dever à política de preços altos dos remédios, em contraste com a queda de preço de outros bens essenciais.

Indicadores do Produto Interno Bruto (PIB) já apontam para o término da recessão, mas há pouco otimismo quanto à retomada expressiva. A evolução das vendas internas ainda é fraca e só em parte é compensada por exportações industriais, que têm peso pequeno na produção total.

A produção industrial caiu 1,5% em 2014, 6,5% em 2015 e 3,8% em 2016, prevendo-se para este ano uma alta de apenas 0,2%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Falta muito para tão somente voltar ao nível de produção de 2013.