Imagem ex-librisOpinião do Estadão

As expectativas que a queda da inflação estimula

A divulgação do Relatório Trimestral da Inflação (RTI) do BC, com projeções bem mais animadoras para os principais indicadores do desempenho da economia em 2017, teve forte influência nas expectativas dos analistas do setor privado

Exclusivo para assinantes
Por Redação
1 min de leitura

A queda da inflação tem sido tão acentuada que economistas de instituições financeiras e de empresas de consultorias que o Banco Central (BC) ouve semanalmente para balizar suas decisões já projetam para este ano uma variação de apenas 2,97% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Se isso ocorrer, a inflação ficará abaixo do piso da meta, que está fixada em 4,5% para este ano, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

Embora uma variação do IPCA fora dos limites da política de metas implique, do ponto de vida administrativo, a necessidade de o BC enviar uma carta ao Conselho Monetário Nacional para justificar por que isso ocorreu, a mediana das projeções aferidas pelo boletim semanal Focus divulgado ontem confirma a tendência de notável redução da inflação após a saída do lulopetismo do poder. A inflação oficial ficou em 10,67% em 2015, último ano completo da gestão de Dilma Rousseff. Em 2016, ano em que Dilma foi afastada da Presidência, caiu para 6,29%.

A queda acentuada do IPCA ao longo de 2017 e as indicações de um crescimento mais rápido do Produto Interno Bruto (PIB), igualmente captadas pelo Focus, instilam ânimo nos investidores em geral e nos consumidores.

A divulgação, na semana passada, do Relatório Trimestral da Inflação (RTI) do BC, com projeções bem mais animadoras para os principais indicadores do desempenho da economia em 2017, teve forte influência nas expectativas dos analistas do setor privado captadas pelo Focus.

O relatório antecipou que nos próximos meses será reduzido o ritmo de corte da taxa básica de juros, a Selic, que, com a redução de 1 ponto decidida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), está em 8,25%. A projeção para a Selic em dezembro ficou igual à da semana anterior, mas já era baixa, de 7%. Mesmo com cortes menores, essa taxa poderá ser alcançada, pois o Copom fará mais duas reuniões neste ano.

Igualmente influenciadas pelo RTI, melhoraram também as projeções para o aumento do PIB neste ano e no próximo. O crescimento esperado para 2017 foi elevado para 0,68% (há uma semana estava em 0,60% e há um mês, em 0,39%); para o ano que vem, a expectativa é de que o PIB cresça 2,3% (há um mês, a projeção era de 2,0%).