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Atividade beneficia até as pequenas construtoras

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Por Redação
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Os indicadores de otimismo dos construtores estiveram mais altos no primeiro trimestre, mas ainda foram muito satisfatórios no segundo trimestre, de acordo com grandes e pequenas construtoras, como revelou a última Sondagem da Construção Civil da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O setor de imóveis foi beneficiado pela estabilidade macroeconômica, contribuindo para o crescimento do PIB e da contratação de mão de obra.Entre maio e junho, passou de 50,6 pontos para 53,8 pontos o índice de satisfação das pequenas construtoras com a situação financeira da empresa - e o mesmo ocorreu com as companhias de porte médio. Só entre as grandes construtoras o índice diminuiu, de 63,4 pontos para 57,1 pontos (índices superiores a 50 pontos indicam avaliações positivas).O otimismo é maior no setor de infraestrutura, em vista das obras necessárias para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, mas também o programa oficial de habitação popular subsidiada atrai as construtoras. O nível de expectativas das empresas para o segundo semestre é favorável, chegando a superar os 70 pontos, no caso dos novos empreendimentos e dos serviços.A pesquisa da CNI, iniciada em janeiro, é feita com 320 companhias, das quais 175 são pequenas. Elaborada em conjunto com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), confirma a escassez de pessoal qualificado. "A saída é investir em programas de capacitação ou dentro da própria empresa, para tentar resolver o problema", afirmou o gerente da pesquisa, Renato Fonseca.No segundo trimestre, a margem de lucro das obras de infraestrutura e dos serviços especializados aumentou, enquanto se manteve praticamente estável na construção de edifícios. Houve, portanto, um primeiro sinal de que o aumento de custos de pessoal, sobretudo técnicos, já afeta a rentabilidade das construtoras.O setor da construção civil opera com elevado grau de imobilização e, portanto, com riscos altos. Cabe às empresas, hoje muito lucrativas, transformarem os resultados em capital. Assim, quando passar a euforia do ano eleitoral, elas poderão evitar interrupções de obras, comuns no passado. O crédito abundante, a custos razoáveis, tem dado alento ao setor, revela a pesquisa, mas tem de ser concedido com critério pelas instituições, notadamente as do setor público, onde há mais dinheiro disponível, pois a solvência depende de condições futuras sobre as quais não há controle, como renda crescente, inflação baixa e juros módicos.