
14 de abril de 2016 | 05h27
Entre 15 Estados pesquisados, 12 mostraram recuo na comparação entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016 e entre os primeiros bimestres dos dois anos. Quedas superiores a 10% foram frequentes, mas os números mostram a deterioração dos indicadores. No acumulado de 12 meses até fevereiro, por exemplo, em cinco Estados a queda superou 10% (Amazonas, Ceará, Pernambuco, São Paulo e Rio Grandes do Sul), enquanto na comparação entre os primeiros bimestres dos dois anos a queda atingiu dois dígitos em seis Estados (Amazonas, Ceará, Pernambuco, Minas, São Paulo e Paraná).
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) chamou a atenção para o recuo generalizado do setor secundário, com destaque para a indústria paulista. Esta, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) relativa a 2014, pesa cerca de 21% na indústria nacional.
Em São Paulo, segundo o Iedi, houve queda em 64% dos setores industriais e em Minas, em 77% deles. Os piores números foram registrados em veículos automotores e máquinas e equipamentos, repercutindo em produtos de metal, borracha e plástico e minerais não metálicos. Outra determinante da queda é a postergação das decisões de investimento, em especial em equipamentos de transporte como tratores para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias.
Os recuos também foram substanciais em bens intermediários e de consumo, tanto duráveis quanto não duráveis, inclusive medicamentos. A alta real de preços de medicamentos (em parte, via redução dos descontos para remédios de uso contínuo) deverá provocar novos impactos negativos na produção do setor.
A indústria ilustra a gravidade da crise. Mesmo que a inflação ceda, a correção de rendas do INSS e de salários parece insuficiente para que os consumidores recuperem poder aquisitivo e retomem as compras.
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