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Cartas

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Por Redação

Estado policial

O projeto que este governo enviou ao Congresso, dando poder de polícia à Receita Federal, é mais um passo que tenta dar para total submissão e cerceamento das liberdades dos cidadãos brasileiros. Em simples palavras, está sugerindo que o Poder Judiciário feche as portas e vamos ficar à mercê de auditores fiscais! Já há mecanismos para atingir os mesmos objetivos, e não fazem por quê? Aposto que, aprovada essa barbaridade, as primeiras empresas "visitadas" ou "arrombadas" serão os órgãos de imprensa e mídia independente.

EDUARDO A. DE CAMPOS PIRES

eacpires@terra.com.br

São Paulo

Fazer o cerco aos políticos eles não querem, né?

LAERT PINTO BARBOSA

laert_barbosa@ig.com.br

São Paulo

Dois pesos e duas medidas

Os contribuintes são tratados como bandidos, de acordo com o pacote tributário do governo enviado ao Congresso, desrespeitando a Constituição. Enquanto isso, o presidente falastrão Lula da Silva, ex-sindicalista, vetou parte do texto aprovado pelo Congresso que determinava a obrigatoriedade de prestação de contas ao Tribunal de Contas da União do dinheiro público recebido pelos sindicatos - diga-se de passagem, parte dele resultante do desconto obrigatório de um dia de trabalho, de todo trabalhador brasileiro, no mês de março de cada ano, imposto sindical criado pela ditadura de Vargas e mantido até hoje por aqueles que dizem defender o interesse do trabalhador.

ARY MARINO FILHO

arymarino@gmail.com

Garça

Sinais inquietantes

Se é verdade que para bom observador meia palavra basta, não há como não ficar amedrontado com a sequência de fatos que se vêm descortinando nas "entrelinhas" do governo Lula, de maneira mais escancarada à medida que a eleição presidencial se vai aproximando. A decisão do governo de patrocinar status de polícia à Receita é, na minha opinião, mais um lance desse xadrez macabro que o atual grupo político dominante vem jogando na tentativa de implantar no Brasil um Estado policial sob o disfarce de "democracia popular", seja lá o que isso signifique. As sucessivas críticas à liberdade de imprensa, o flerte com ditaduras sanguinárias e seus tiranos, o escárnio público (para vergonha dos brasileiros de bom senso...) contra os que sofrem atroz perseguição em seus países de origem por motivação de pensamento, aquele tal PNDH-3 e, daqui para a frente, com toda a certeza deste mundo, o "vale-tudo" que já começa a ganhar forma antes mesmo do início oficial da campanha eleitoral, tudo isso sinaliza de que aquela porção da sociedade brasileira que não compactua com esse estado de coisas deve preparar-se para o pior, ou seja, tempos sombrios se aproximam. Afinal, o já esperado gesto da candidata-mor do governo de exorcizar qualquer tipo de apelo dos jornalistas para que comentasse as recentes e infelizes declarações do "chefe", no mínimo, nos dá o direito de imaginar que ela concorda com essa lógica sinistra advogada pelo PT e suas lideranças mais expressivas.

FERNANDO CESAR GASPARINI

phernando.g@bol.com.br

Mogi-Mirim

Dissidente não é bandido

A política tem limites éticos. Mesmo apoiando em muitas de suas ações o governo Lula, não posso calar-me quando o presidente da República defende a repressão praticada pela ditadura cubana contra pessoas que reivindicam direitos elementares como a liberdade de expressão, de organização e de voto. Esses valores são universais e não podem estar subordinados ao ditador do momento. Muita energia foi necessária para conquistar a democracia em nosso país e em outros, de modo que não concordo que se faça pouco-caso daqueles que, pondo em risco a própria vida e a de ninguém mais, se empenham em democratizar países que jazem sob a repressão. Ditaduras são nefastas. São indefensáveis. Lutar contra elas é digno.

RENATO JANINE RIBEIRO

, professor titular de Ética e Filosofia Política da USP

rjanine@usp.br

São Paulo

Uma pergunta ao presidente Luiz Inácio: se, por alguma razão, Cuba vier a mudar de regime, implantando a democracia, com uma nova Constituição, o senhor acha legítimo que sejam anistiados e indenizados financeiramente todos os dissidentes do atual regime (e também suas famílias, no caso de já estarem mortos)?

O senhor acha que a lei brasileira poderia servir de modelo, ou ao menos de inspiração, para essa finalidade?

GUILHERME DIETRICH

dietrich2007@gmail.com

Balneário Camboriú (SC)

Lula: ¿por qué no te callas?

MARIA EULALIA MEIRELLES BUZAGLO

membuzaglo@bol.com.br

São Paulo

Falta democracia

Deu no Estadão: Chanceler Amorim responsabiliza EUA por falta de democracia na ilha. Pelo menos ele, no governo, reconhece que falta democracia em Cuba.

FÁBIO DUARTE DE ARAÚJO

f.araujo@visualbyte.com.br

São Paulo

Lá e cá...

O terremoto no Chile fez a cidade de Concepción avançar três metros para oeste, mar adentro. Se fosse no Brasil, já iriam reajustar e compensar os pedágios, antes mesmo dos reparos das rodovias.

MURILO LUCIANO FILHO

muarilou@uol.com.br

São Paulo

Paz

Com a morte do cartunista Glauco, ouso parafrasear a música de Joana Nós Queremos Paz para perguntar: até quando perderemos Geísas, Carolinas, Omymares, Tins e Glaucos? Definitivamente, nós queremos paz!

MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA

marciobressane@hotmail.com

Assis

Em vez de votar leis para garantir a segurança da população e punir os criminosos, preocupam-se em votar leis sem nexo, como essa da gorjeta de 20%. Enquanto isso, todo dia pessoas morrem assassinadas e ninguém faz nada. Deveriam adotar a tolerância zero, como foi feito em Nova York.

VIRGINIA A. BOCK SION

vickybock@hotmail.com

São Paulo

''Bancoop: e minha casa? E minha vida?"

Tania Tavares

taniatma@hotmail.com

São Paulo

Convicções

O editorial Bolsa-Família e eleição (8/3, A3) mostra um grau de intolerância incompatível com as tradições do jornal. Estou plenamente de acordo com a posição da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que se opõe à proposta do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) de conceder um adicional na Bolsa-Família vinculado ao desempenho escolar. O Estadão defende a proposta do senador cearense e afirma que até o presidente Lula a teria achado interessante. Até aí, são divergências normais numa democracia. Fico surpreso, porém, ao ver que o Estadão considera que só poderia estar contra tal medida alguém que o fizesse por motivos políticos, ou seja, todos deveriam estar de acordo e aqueles que fingem não estar o fariam porque o projeto é de autoria de um opositor. Como um cidadão qualquer que considera a medida ruim, sinto-me ofendido pelo fato de o Estadão me atribuir motivos mesquinhos, quando simplesmente me oponho a essa ideia a partir das minhas mais honestas convicções, equivocadas ou certas.

RAMÓN GARCÍA FERNÁNDEZ

, professor da FGV-EESP

ramon.garcia.fernandez@gmail.com

São Paulo

N. da R. - Não há motivos para o missivista se sentir desconfortável com o editorial. Em nenhum momento o texto sugere ou insinua que "todos" devem estar de acordo com o projeto de lei ali comentado. Em nenhum momento atribui "motivos mesquinhos" aos que, pelas mais honestas convicções, se opõem à medida. Diz apenas, e de maneira explícita, que a líder do governo no Congresso teve motivos político-eleitorais para agir como agiu no episódio.