08 de junho de 2016 | 03h00
De seu bunker no Palácio da Alvorada, Dilma zomba da inteligência dos brasileiros ao criticar decisões do governo de Temer, tendo sido ela a responsável direta pela mais profunda crise econômica da história do Brasil. Indignada, a petista acusa Temer de desmontar as “conquistas sociais” dos governos petistas, como se estas já não estivessem em processo de extinção por sua própria culpa.
É ocioso sublinhar as incoerências de uma presidente cujo governo foi marcado por falta de rumo, mediocridade política e incapacidade de reconhecer seus erros. Assim como na campanha em que obteve um novo mandato, a petista não se envergonha de lançar mão de mentiras e distorções para atacar adversários e, de quebra, desqualificar as instituições democráticas. Com ela, Cícero teria farto material para seus discursos.
Mas Dilma é apenas uma esforçada aprendiz no ofício da desfaçatez. Nessa seara, só Lula atinge o estado da arte. Depois de um tempo em silêncio, recuperando-se do baque do afastamento de sua criatura, o demiurgo petista tentou mostrar que está em forma, esmerando-se na sua pregação indecorosa.
Em ato organizado por um certo “Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas”, Lula acusou Temer, pasme o leitor, de agir como presidente da República. “Que eles não pensem que vão destruir aquilo que nós construímos. O Temer acaba de dar um golpe não apenas na Dilma, mas na decisão tomada pelo Senado, que apenas o colocou como presidente interino. Ele não tinha o direito de fazer o que fez”, vituperou Lula, referindo-se a atos de Temer como presidente em exercício.
Lula queixou-se de que Temer “cortou até o almoço da Dilma”, referindo-se à suspensão temporária da verba destinada à alimentação da presidente afastada e de sua entourage. Nas redes sociais, houve petistas que fizeram campanha para levar comida para Dilma, como se esta corresse algum risco de passar fome. E Lula completou: “Vamos comer marmitex, se for o caso, mas eles não vão impedir que a gente ande por esse país fazendo as denúncias que temos que fazer”. Ou seja, o líder do partido que protagonizou os maiores escândalos de corrupção da história e arruinou os pilares da economia nacional ainda acredita ter moral para fazer “denúncias” sobre quem quer que seja. Tudo isso porque o governo em exercício cortou as exorbitâncias gastas com alimentação no Palácio da Alvorada – mais de R$ 60 mil mensais – e restringiu o uso de avião da FAB pela presidente afastada – que não tem compromissos oficiais – ao trecho Brasília-Porto Alegre-Brasília.
É claro que Lula não está, como nunca esteve, preocupado com questões morais. Seu único objetivo, desde sempre, é sua sobrevivência política. Nesse cálculo, vale até um fajuto reconhecimento de alguma responsabilidade pelo descalabro que ele e Dilma causaram ao País. “Conseguimos provar que esse país pode ser diferente, mas sei que não fizemos tudo, sei que estamos em dívida com a sociedade brasileira. A Dilma cometeu equívocos, e nós queremos que ela volte exatamente para corrigir os erros que nós cometemos e para nós fazermos as coisas bem-feitas neste país”, discursou Lula.
Que o País, já tão maltratado pelo ruinoso mandarinato lulopetista, seja poupado de tão funesta fatalidade.
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