Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Cenário externo favorece a dívida pública

O que se tem constatado nos últimos dois meses é uma percepção externa mais positiva do risco do mercado brasileiro

Exclusivo para assinantes
Por Redação
1 min de leitura

O estoque da dívida pública federal (DPF), que inclui as dívidas interna e externa, acusou uma pequena queda em setembro, ficando em R$ 3,779 trilhões, menos 0,16% em relação agosto (R$ 3,785 trilhões), de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional. O fato é interpretado como um sinal de diminuição do grau de incerteza no mercado.

A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMi) ficou praticamente estável, com uma ligeira redução de 0,07%, fechando em R$ 3,779 trilhões, enquanto a Dívida Pública Federal externa (DPFe) teve recuo mais apreciável, de 2,34%, somando R$ 151,12 bilhões. A parcela da DPF a vencer em 12 meses recuou de 18,16% em agosto para 16,28% em setembro. A correção dos juros do estoque da DPF foi de R$ 20,55 bilhões no último mês.

Houve diminuição da participação de estrangeiros na DPFi, mas foi insignificante, passando de 11,92% em agosto para 11,67% em setembro. Em números absolutos, vê-se quanto a situação se tornou mais promissora sob esse aspecto. Em agosto, as saídas de investidores externos somaram R$ 20,6 bilhões, enquanto esse total não passou de R$ 9 bilhões em setembro. A tendência, segundo Luís Felipe Vidal, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Ministério da Fazenda, é de que, à medida que o cenário melhore, o fluxo de saída de estrangeiros se reverta. “Adianto que o cenário de outubro continua favorável”, acrescentou.

O que se tem constatado nos últimos dois meses é uma percepção externa mais positiva do risco do mercado brasileiro. Entre os emergentes, há uma percepção de risco maior para países como o México, Colômbia, Argentina e Turquia, mas menos para o Brasil, comenta Vidal.

A melhora dos mercados permitiu que o Tesouro Nacional pudesse ofertar um volume menor de LFTs, cuja rentabilidade é vinculada à taxa básica de juros (Selic) nos leilões de setembro, em consonância com a orientação de reduzir a longo prazo a participação desses títulos no total da DPF. A porcentagem dos títulos prefixados na DPF subiu de 33,19% em agosto para 33,88% em setembro. Já a fatia dos papéis atrelados à Selic diminuiu de 34,95% para 34,08% de um mês para outro.

Mais confiante, o Tesouro agora acredita haver condições para que possa rolar 100% da DPF até o fim de 2018.