Os números da balança comercial de janeiro foram positivos tanto do ponto de vista de exportações como de importações. Na comparação com janeiro de 2017, as vendas para o exterior aumentaram 13,8% pelo critério de média diária e atingiram US$ 16,968 bilhões. Ainda mais cresceram as importações (16,4%), que atingiram US$ 14,199 bilhões e superaram em 2,5% as compras de dezembro, ao contrário das exportações, que recuaram 12,3% no mesmo período. Os indicadores de janeiro divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) mostram vários aspectos relevantes: por exemplo, o Brasil elevou em 23,6% as exportações de produtos manufaturados, beneficiando-se com a melhora da economia global. Além disso, importou mais devido a melhora da economia local - o que já é visto como tendência pelos economistas. O resultado é o aumento da corrente de comércio (soma das exportações e das importações), que atingiu US$ 31,167 bilhões em janeiro e US$ 372,550 bilhões em 12 meses, avanço de 15,3% em relação aos 12 meses anteriores. Isso significa maior grau de abertura numa economia ainda muito fechada, como a brasileira. Com as importações crescendo mais do que as exportações, já se prevê uma diminuição do superávit comercial, que foi de US$ 2,768 bilhões em janeiro de 2018 e de US$ 67,048 bilhões nos últimos 12 meses. A queda prevista do superávit de 2018, estimado em US$ 59 bilhões pelo Banco Central e em até US$ 50 bilhões por outros analistas, não deve causar temor. As contas cambiais do País são satisfatórias: o déficit na conta corrente do balanço de pagamentos foi de apenas US$ 9,762 bilhões em 2017 e é estimado em US$ 18,4 bilhões em 2018. Outro destaque de janeiro foi a ampliação de 32,1% nas exportações para a União Europeia e de 23% para as destinadas aos Estados Unidos. São porcentuais de crescimento bem maiores do que o das vendas para a China (+11,2%), que é o principal parceiro comercial do País e importa principalmente produtos primários. Alguns economistas temem que a evolução das exportações brasileiras seja mais fraca em 2018 do que em 2017, em decorrência de vendas menores de [ITALIC]commodities[/ITALIC] agrícolas. Mas o temor pode ser afastado, entre outros motivos, se as exportações de petróleo continuarem a crescer.