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Como o brasileiro paga suas contas

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Por Redação
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O Banco Central divulgou recentemente o Adendo Estatístico 2008 do seu Diagnóstico de Pagamentos de Varejo no Brasil, trabalho feito em 2005 e atualizado anualmente. Um dos destaques é que as transações por diversos meios de pagamentos (cheques, cartões de débito, cartões de crédito, débito direto e transferências interbancárias) apresentaram aumento de 113% em valor - de R$ 3,5 bilhões, em 2003, para R$ 7,4 bilhões, em 2008 -, o que, indiretamente, mostra o aumento do poder aquisitivo médio da população. Mas o mais interessante tem sido a evolução no uso de cada um desses instrumentos. Assim, por exemplo, enquanto o valor das transações com cheques acusava crescimento de 12% no período, o das feitas com cartões de débito aumentou 247%. Ainda representa muito pouco em comparação com o total das transações com cheques - R$ 103 milhões, ante R$ 1,14 bilhão -, mas a velocidade de crescimento do uso desse instrumento mostra que não estamos longe da generalização do chamado "dinheiro de plástico". A importância relativa dos instrumentos de pagamento em diversos países, comparativamente com o Brasil, merece ser observada. Em 2001, tanto nos EUA como no Brasil, a participação do cheque como instrumento de pagamento era equivalente: 53,8% e 52,1%, respectivamente. Mas, no Brasil, o uso do cheque caiu muito mais - para 18,9%, em 2007 -, enquanto nos EUA caía bem menos, para 28,6%. Já os cartões (de crédito e de débito), que no Brasil compareciam com 23,9% dos pagamentos realizados, em 2001, subiram para 50,3%, em 2007, ou seja, um aumento de 110,3%, enquanto nos EUA passaram de uma participação de 36,6%, em 2001, para 54,5%, em 2007, avanço de 48,9%. O uso do cheque já está praticamente eliminado na Finlândia, por exemplo, e sua participação é muito baixa em países como a Alemanha (0,6% dos instrumentos de pagamento), na Bélgica (0,5%) e na Espanha (3%). É bem mais elevada na França (23,8%), em Portugal (14%), na Itália (12,5%) e no Reino Unido (10,7%). De qualquer forma, em todos esses países o que se observa é que o uso do cheque como meio de pagamento tem caído de maneira acentuada ano a ano, enquanto aumenta, evidentemente, a utilização dos cartões - em nenhum lugar tanto quanto no Brasil. Em segundo lugar nesse ranking fica a Suécia, com um avanço de 92,4% no uso dos cartões.