Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Cresce o volume de operações de fusão e aquisição

A projeção é de que, no fim de dezembro, haja um crescimento de 10%, taxa que poderá chegar a 20% em 2018, segundo prevê a auditoria

Exclusivo para assinantes
Por Redação
1 min de leitura

O volume de operações de fusão e aquisição de empresas, aí incluídas compra e venda parcial de ativos, do controle acionário e de formação de joint ventures, é indicativo de um bom movimento de negócios e de investimentos para ampliação da produção ou aumento da produtividade. Sob esse aspecto, tem havido melhora, que tende a se acentuar nos próximos meses, num ambiente mais estável graças à moderação da crise política. Dados da auditoria PwC Brasil revelam que, no acumulado de janeiro a setembro, foram anunciadas 464 operações desse tipo, 24 a mais que no mesmo período de 2016, um aumento de 5%. A projeção é de que, no fim de dezembro, haja um crescimento de 10%, taxa que poderá chegar a 20% em 2018, segundo prevê a auditoria.

Observa-se que os investimentos feitos por grupos nacionais envolvidos em tais operações, que foram 251 no período considerado, superaram aqueles feitos por empresas estrangeiras (183); e os 30 restantes foram joint ventures. Há clara predominância nacional, apesar do fato de os ativos brasileiros estarem relativamente baratos pelos padrões internacionais, o que deveria atrair mais os investidores externos.

Ocorre que, em face das dificuldades para a obtenção de crédito e com escassa disponibilidade de recursos próprios, a alternativa para muitas companhias com sede no País é vender ativos ou associar-se a outras empresas, sejam do mesmo ramo ou não, ou constituir joint ventures, de modo a reforçar sua estrutura de capital, liquidar dívidas ou poder arcar com novos empreendimentos.

De outra parte, espera-se que a participação de multinacionais venha a elevar-se, tendo em vista a ampla liquidez existente no mercado externo. Com efeito, o Banco Central (BC) prevê que o ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IEDs) alcance US$ 80 bilhões em 2018, US$ 5 bilhões a mais que o projetado para este ano. Mais céticos, analistas financeiros ponderam que, embora o cenário econômico seja hoje bem mais favorável, muito vai depender dos resultados da eleição presidencial do próximo ano.

Dentre todos os setores da economia, mantém-se à frente, como nos últimos anos, o de Tecnologia da Informação (TI), responsável por 96 operações de fusão e aquisição neste ano até setembro, representando 21% do total.