06 de julho de 2016 | 03h00
Só na indústria, a população empregada caiu 1,415 milhão, redução de 10,7%, não contando as atividades terceirizadas. O setor de serviços, abrangendo informações, comunicação, entidades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, reduziu sua folha em 919 mil trabalhadores, recuo de 8,6%, na comparação com o trimestre até maio de 2015.
Isso explica as longas filas que se formam nos grandes centros diante de prédios comerciais ou fábricas quando há anúncio de vagas. Muitos, especialmente jovens que desejam ingressar no mercado de trabalho, voltam para casa frustrados, queixando-se de que se exige experiência e praticamente não há oportunidades para obtê-la.
Em comparação com o trimestre findo em fevereiro, foi registrada diminuição nos postos de trabalho na construção civil (-2,5%), o que pode ser o início de uma nova tendência, de desemprego também nesse segmento, em razão da conclusão de obras resultantes de lançamentos mais antigos. Caiu o emprego também em setores pouco afetados pela crise, como agricultura, pecuária e produção florestal (-1,7%). Neste ambiente, o rendimento médio real do trabalhador apresentou queda de 2,7%, ficando em R$ 1.982.
Em alguns setores, houve melhora, às vezes como resultado de readaptação. Mulheres que trabalhavam em outras áreas passaram a se dedicar a atividades domésticas, que tiveram aumento de 6,5% no emprego. O mesmo ocorreu com a área de conserto de automóveis e motos (mais 5,5%), favorecida pela preferência do consumidor por reparos de veículos usados à compra de novos. Houve aumento igualmente no emprego no setor de transporte, armazenagem e correio (5,5%).
Como sempre ocorre, a administração pública cresceu 2,5%.
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