13 de novembro de 2015 | 02h55
A produção de algodão, amendoim, arroz, feijão, milho, soja, trigo e outros grãos e oleaginosas de menor volume deverá ficar entre 208,60 milhões e 212,93 milhões de toneladas na safra 2015-2016, de acordo com o segundo levantamento da Conab. Na primeira hipótese, o volume será quase igual ao da temporada anterior, estimado em 208,54 milhões. Na segunda, será 2,10% maior. Pelos cálculos publicados, o aumento dependerá do feijão, da soja, do girassol e da mamona. Para os cereais de inverno, como trigo e cevada, os técnicos se limitam, nesta altura, a admitir volumes iguais aos da safra anterior, porque o plantio só ocorrerá no segundo trimestre. A safra de trigo, neste ano, ficou em 6,23 milhões de toneladas. Considerando-se apenas a safra de verão, atualmente em plantio, as expectativas de produção oscilam entre 201,56 milhões e 205,88 milhões de toneladas, com variação máxima de 2,17% sobre os 201,5 milhões estimados para a safra 2014-2015.
Os levantamentos indicam, por enquanto, redução da área destinada à maior parte das culturas. A soja, com aumento estimado entre 2,1% e 3,8%, é exceção. O plantio de algumas culturas ainda se estenderá até dezembro. O trabalho nas lavouras no Centro-Oeste deverá intensificar-se a partir de agora, com a chegada das chuvas, diz o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini, demonstrando otimismo. O crédito flui normalmente, segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar.
Se as chuvas ocorrerem nos momentos certos e o crédito continuar saindo com normalidade, um novo recorde estará garantido. A evolução dos preços internos então dependerá basicamente das condições do mercado internacional e da evolução do câmbio, porque a disponibilidade física será satisfatória. Os produtores terão feito a sua parte. Sua lucratividade ainda vai depender, em boa parte, como nos anos anteriores, da eficiência e dos custos da logística, um dos principais entraves à exportação de produtos agropecuários.
Não se deve, no entanto, esperar melhoras substanciais nas condições de transporte, se os investimentos em reparos e ampliação de rodovias, ferrovias e portos dependerem de recursos do Tesouro e da execução dos programas oficiais. O governo terá de se mostrar muito mais eficiente do que tem sido até agora na organização e na realização das licitações para obras. Seu principal incentivo para buscar essa eficiência é a expectativa de receita de concessões, mas nem esse estímulo tem aumentado a competência na condução da política de infraestrutura.
De toda forma, pelo menos do agronegócio é possível esperar, pelo menos neste momento, uma contribuição positiva num quadro geral de retração econômica, de inflação elevada e de contas públicas em muito mau estado. Segundo as projeções do mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) deve encolher mais 1,90% no próximo ano, depois de ter diminuído 3,10% em 2015. A produção industrial deve recuar 7,40% neste ano e 2% em 2016. É bom torcer, agora, para o governo pelo menos evitar qualquer novidade desastrosa em relação à agropecuária.
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