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Êxito do negócio próprio exige mais capacitação

Dos 48 milhões de donos de empresas no País, 44% abriram negócio por necessidade, proporção que não passava de 32% em 2008

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Por Redação
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Como em outras crises, também nesta que o País vive os altos níveis de desemprego vêm tendo grande impacto sobre o avanço do empreendedorismo, pois leva milhares de pessoas, com diferentes graus de qualificação, a buscar se estabelecer por conta própria. A novidade do levantamento recente do Sebrae e do Instituto Brasileiro de Qualidade da Produtividade (IBPQ) é a dimensão que essas iniciativas adquiriram. Dos 48 milhões de donos de empresas no País, 44% abriram negócio por necessidade, proporção que não passava de 32% em 2008.

Há casos de grande sucesso, tendo alguns novos empreendedores obtido, após algum tempo na nova atividade, rendimento superior ao que obtinham na atividade anterior. Mas a maioria acaba restrita a baixos ganhos (de até três salários mínimos, no máximo) e pouca eficiência, de acordo com dados da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Nota-se também que muitas iniciativas não sobrevivem, por falta de planejamento ou má administração.

Outro dado da pesquisa que chama a atenção é que 50% das pessoas que iniciaram um negócio em 2016 tinham entre 18 e 34 anos de idade. O que se observa é que um grande número de jovens tem decidido empreender tanto por não encontrar vagas em um mercado hoje muito estreito como pela convicção de que este é o caminho a seguir em ambiente tecnológico em rápida transformação.

A instituição, no final de 2008, da figura do Microempreendedor Individual (MEI), bem como do Supersimples, tem permitido que milhões dessas iniciativas se mantenham dentro da formalidade, sendo, na realidade, “autônomos formalizados”, como disse o presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos. Ele reconhece que há ainda dificuldades para criar pequenos negócios de mais alta qualificação, com potencialidade para crescer, o que não é motivo para desânimo.

Apesar de tudo, a formação de maior número de micro e pequenas empresas já configura uma tendência que deve ser estimulada. Muitos desses novos empresários, ao se defrontarem com problemas de gestão, têm procurado assistência do Sebrae ou buscado orientação por meio de cursos para gerenciamento oferecidos por outras instituições de diversas regiões do País. Na medida em que houver melhor capacitação, a economia brasileira só terá a ganhar.