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Há poupança, mas cai volume de crédito imobiliário

Crucial para o mercado de imóveis, o crédito imobiliário contratado com recursos das cadernetas de poupança caiu de R$ 46,61 bilhões em 2016 para R$ 43,15 bilhões em 2017 no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)

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Por Redação
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Crucial para o mercado de imóveis, o crédito imobiliário contratado com recursos das cadernetas de poupança caiu de R$ 46,61 bilhões em 2016 para R$ 43,15 bilhões em 2017 no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Na comparação entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, a queda foi de 31,6% – de R$ 5,38 bilhões para R$ 3,68 bilhões, segundo o boletim mensal da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O forte recuo de dezembro se deveu, em especial, à redução dos volumes habituais financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF), maior agente de crédito imobiliário do País, às voltas com dificuldades de capitalização.

A diminuição dos montantes financiados contrasta com a elevação dos depósitos de poupança, que se recuperaram em 2017 e atingiram o saldo de R$ 563,7 bilhões, 9,3% superior ao de dezembro de 2016.

Caiu o volume de empréstimos e também o número de imóveis financiados – de 199,69 mil em 2016 para 175,62 mil em 2017. Foi o quarto ano consecutivo de queda. O patamar mais alto foi registrado em 2013, com o financiamento de 529,79 mil moradias pelo SBPE e um volume de crédito de R$ 109,2 bilhões.

Os indicadores do financiamento mostram a intensidade da crise do mercado imobiliário nos últimos anos, marcada pela queda real dos preços dos imóveis. Só nos últimos meses de 2017 houve sinais de recuperação do mercado de imóveis usados e, ao mesmo tempo, tendência de estabilização de preços. Medidos pelo índice IGMI-R, da Abecip, os preços nominais de imóveis nas nove principais cidades do País caíram 0,6% em 2017, mas subiram 0,24% em dezembro.

Mantidas as condições econômicas favoráveis (inflação contida, Selic de cerca de 7% ao ano e retomada do emprego e do PIB), a Abecip projeta um crescimento do volume de crédito do SBPE de 10% em 2018 e de 15% se incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em 2017, caiu não só o volume de empréstimos concedidos com base na poupança, mas também o do FGTS (–15,5%).

A recessão de 2014/2016 atingiu o volume de crédito imobiliário sem agravar a inadimplência. Operando com garantias elevadas (em média, o valor do financiamento é de apenas 56% do valor do imóvel), o risco dos empréstimos é considerado baixo pelos bancos.