05 de janeiro de 2016 | 03h00
O IGP-M é um indicador importante. Determina o reajuste da maioria dos contratos de aluguel e serve como indexador de outras operações financeiras, inclusive na área de seguros e previdência privada. Além disso, sofre maior influência do câmbio, que salvo a hipótese de ocorrência de situações catastróficas não acumulará, em 2016, uma desvalorização semelhante à de 2015, da ordem de 48%.
O aspecto mais positivo do IGP-M está na variação dos preços no atacado, dominantes na formação do indicador. Por exemplo, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,39% em dezembro, o de bens intermediários caiu 0,02% e o de matérias-primas brutas acusou recuo de 0,31%. Os preços do minério de ferro caíram 8,57%, os dos bovinos cederam 0,28% e os da soja em grão, 2,59%. O café registrou alta, mas continuaram a cair, embora levemente, os preços do leite in natura e dos suínos.
O Índice Nacional do Custo da Construção também contribuiu para a baixa do IGP-M, ao subir apenas 0,12% em dezembro. A fraqueza do mercado de trabalho da construção civil fica evidente com a elevação de somente 0,02% no custo da mão de obra.
O pior indicador do IGP-M foi o Índice de Preços ao Consumidor, com variação de 0,92% em dezembro, levemente superior à de 0,90% em novembro. O grupo alimentação subiu de 1,37% em novembro para 1,7% em dezembro.
Depois dos preços administrados, a alimentação foi uma das principais vilãs dos preços em 2015. As previsões favoráveis de safra prenunciam uma variação mais contida dos preços dos alimentos.
É na tendência de desaceleração das altas de preços no atacado que residem as expectativas menos desfavoráveis para 2016. Infelizmente, a intensidade da recessão será fator-chave da queda do IGP-M.
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