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Indústria começa a reconquistar terreno

A produção industrial cresceu em 15 das 26 regiões e em 16 dos 26 ramos industriais pesquisados, segundo o IBGE

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Por Redação
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Embora seja prematuro falar em retomada da produção industrial, dados recentes mostram um quadro mais animador. O aumento da produção mostrado pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – de 1,4% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2016 na série sem ajuste sazonal, o que ocorre pela primeira vez em 34 meses nesse tipo de confronto – se estende pelo País e pelos diferentes setores. A produção cresceu em 15 das 26 regiões e em 16 dos 26 ramos industriais pesquisados. Como lembrou em nota o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), até bem pouco tempo atrás era uma raridade encontrar na indústria do País alguma região com resultado positivo. A expansão torna-se bem mais disseminada, favorecendo principalmente os Estados em que a indústria extrativa tem mais peso, dado o aumento substancial da cotação do minério de ferro no mercado internacional. Nesse cenário, foram muito significativas as altas verificadas na Região Norte, destacando-se o Pará (8,2%), que, mesmo nos piores momentos da crise, não apresentou declínio da produção extrativa. Agora, a expansão se estende ao Amazonas (7,5%). No Nordeste, apesar de uma muito boa performance em Pernambuco (14,1%), o resultado positivo foi praticamente anulado pela queda na Bahia (-15,5%). Em conjunto, houve uma queda de 0,3% da produção do Nordeste, sempre na comparação por período anual. Com exceção do Rio Grande do Sul (-4,1%), a Região Centro-Sul, que concentra o maior e mais moderno parque industrial do País, mostra boa reação. Apresentaram expansão Minas Gerais (4,8%), Rio de Janeiro (4,6%) e Santa Catarina (5,6%). Em São Paulo, o crescimento de 1,2%, abaixo da média nacional, foi sustentado pelo setor de veículos, com expansão de 26,3%, graças sobretudo às exportações. Parece promissora no Estado a recuperação dos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (crescimento de 24,3%) e produtos de metal em geral (7,7%). Os avanços são nítidos, mas falta muito para a indústria recuperar as perdas do período em que o País viveu mergulhado na recessão provocada pela aventura econômica e política dos governos do PT. No acumulado em 12 meses findos em janeiro de 2017, a queda da produção nacional é de 5,4% na comparação com o período anual precedente.