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Industrializados sustentam as exportações

Exportações brasileiras atingiram US$ 20,2 bilhões em junho e US$ 113,8 bilhões no primeiro semestre

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Por Redação
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Os resultados do comércio exterior brasileiro foram afetados pela greve dos transportadores, com redução do superávit comercial em junho e no primeiro semestre do ano. Mas, como o superávit continua sendo satisfatório, mais importante é constatar que as exportações de manufaturados se mostraram menos sensíveis aos efeitos desfavoráveis da greve do que as de itens básicos. É um ponto positivo para o conjunto da indústria, contrastando com o impacto na produção industrial sofrido em maio e exibido nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As exportações brasileiras atingiram US$ 20,2 bilhões em junho e US$ 113,8 bilhões no primeiro semestre, superando as importações em US$ 5,9 bilhões no mês passado e em US$ 30,1 bilhões neste ano. 

O recuo do superávit foi de 18,1% entre junho de 2017 e junho de 2018 e de 17% entre os primeiros semestres deste ano e do ano passado. Mas o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) reiterou a expectativa de que o superávit deste ano atingirá US$ 50 bilhões.

Será, se confirmado, um superávit inferior ao de US$ 67 bilhões registrado em 2017, sem justificar preocupação. A queda se explica pela elevação das importações, que aumentaram 17,2% entre os primeiros semestres de 2017 e de 2018, atingindo US$ 83,8 bilhões. É sinal de maior atividade econômica das empresas, que elevaram em mais de 50% as importações de bens de capital, um dado positivo. 

As exportações de manufaturados aumentaram 7,6% entre junho de 2017 e junho de 2018 e 9,1% entre os primeiros semestres dos dois anos, com avanço de itens como suco de laranja, motores e geradores elétricos, autopeças, óxidos e hidróxidos de alumínio e aviões. Cresceram menos, em igual período (+4,6%), as vendas de itens básicos, puxadas por algodão, milho, fumo, farelo de soja, minério de cobre, soja em grão, petróleo em bruto e carne bovina. Em junho, as exportações de básicos foram ainda mais afetadas pela greve. 

Os exportadores terão de ser hábeis para conquistar posições em meio à guerra comercial entre Estados Unidos, China e União Europeia, que ameaça o comércio global. O objetivo do País deve ser ampliar a corrente de comércio (soma de exportações e importações) e a abertura comercial, em benefício das empresas locais.