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IPC-S confirma que o ritmo da inflação está cedendo

O recuo da inflação nos últimos meses é um fato auspicioso para o consumidor. Será ainda mais importante se esse comportamento se mantiver nos primeiros meses do ano, contribuindo para que as famílias absorvam com menos dificuldade as despesas

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Por Redação
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A safra de indicadores de preços de 2016 prosseguiu com uma boa notícia: o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), calculado pelo Ibre/FGV com base em pesquisas em sete capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e Brasília) registrou alta de 0,33% em dezembro e de 6,18% entre janeiro e dezembro. Uma pequena elevação entre a penúltima e a última semana do mês passado se deve à sazonalidade, dado o crescimento previsível da demanda às vésperas da virada do ano.

O indicador reforça a expectativa de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) do IBGE tenha ficado abaixo de 6,5%, teto da política de meta de inflação.

Os preços ao consumidor da última semana de dezembro foram pressionados pelo item despesas diversas, como cigarros e pacotes de telefonia móvel e internet. A gasolina e os planos e seguros de saúde também tiveram reajustes, mas diminuíram os preços da batata inglesa, do feijão carioca, do tomate, do leite tipo longa vida e das tarifas residenciais de energia elétrica.

O recuo da inflação nos últimos meses é um fato auspicioso para o consumidor. Será ainda mais importante se esse comportamento se mantiver nos primeiros meses do ano, contribuindo para que as famílias absorvam com menos dificuldade as despesas com IPVA, IPTU, matrículas e materiais escolares.

Entre as cidades pesquisadas, as menores variações mensais do IPC-S ocorreram em Porto Alegre (0,09%) e Belo Horizonte (0,10%), enquanto as maiores oscilações foram registradas no Rio de Janeiro (+0,55%), Brasília (+0,6%) e Recife (+0,74%).

No Rio, o IPC-S anual atingiu 7,42% – e na última semana do ano até os preços de táxis e de um item alimentar (camarão) destacaram-se entre as altas. Este parece ser um caso típico de maior demanda para celebrar o ano novo.

As previsões para a inflação deste ano são favoráveis. O último Relatório de Inflação do Banco Central trabalha com a hipótese de um IPCA de 4,7% no final deste ano. Algumas análises privadas preveem menos. O IPC-S de 2016 dá alento às expectativas de inflação em queda.