Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Juro menor ajuda a conter a dívida pública

O custo médio em 12 meses da dívida pública federal em títulos, que inclui os papéis corrigidos em dólares e em euros, caiu de 11,57% ao ano, em abril, para 11,23%, em maio

Exclusivo para assinantes
Por Redação
2 min de leitura

O custo médio em 12 meses da dívida pública federal em títulos, que inclui os papéis corrigidos em dólares e em euros, caiu de 11,57% ao ano, em abril, para 11,23%, em maio. Tomando exclusivamente a dívida interna, o custo médio em 12 meses caiu de 12,24%, em abril, para 12,05%, em maio, e deverá continuar cedendo, na medida da queda da taxa básica de juros, que é de 10,25% ao ano até a próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC), marcada para os dias 25 e 26 de julho.

O custo em 12 meses das NTN-B, um dos papéis corrigidos pela inflação, desde o fim do ano passado já é inferior a 9% ao ano, segundo o Relatório Mensal da Dívida Pública, divulgado pelo Tesouro Nacional.

Graças à redução do juro básico, o custo da dívida continuará a cair, a se confirmarem as previsões dos analistas ouvidos na pesquisa Focus, do Banco Central. Esse impacto positivo da queda do juro não bastará para estabilizar a dívida, cujas dimensões a tornam um dos mais graves problemas das contas públicas, mas evitará um crescimento mais acelerado, como o que ocorreu entre 2014 e 2016, impondo ao governo federal a limitação mais rigorosa de gastos.

Em maio, os resgates de títulos de R$ 46,8 bilhões superaram as emissões em quase R$ 20 bilhões. O estoque total da dívida – de R$ 3,25 trilhões – só não caiu porque os juros são incorporados ao principal. Em relação a dezembro de 2016, o estoque da dívida cresceu R$ 140 bilhões (3,5%). Os bancos e fundos previdenciários elevaram em R$ 18 bilhões as carteiras em papéis federais, mas os não residentes (estrangeiros) as reduziram em cerca de R$ 6 bilhões.

Os administradores da dívida intensificaram os leilões extraordinários de compra e venda de papéis, como parte da política do Tesouro voltada para estabilizar o mercado de títulos. Evitaram, assim, forçar a colocação no momento em que os investidores pleiteiam taxas altas e ampliam vendas em dias de mais liquidez. O volume financeiro médio de títulos federais negociados no mercado secundário passou de R$ 27,5 bilhões, em abril, para quase R$ 32 bilhões, em maio. Com a queda da inflação, o Tesouro tem vendido mais papéis indexados ao IPCA, facilitando redução futura de custo.

Outro fato positivo foi a redução da parcela vencível em 12 meses, de 11,57%, em abril, para 11,23%, em maio.