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Maior oferta de crédito é um bom sinal

Entre maio e junho, o estoque de crédito cresceu 0,7%, atingindo R$ 3,130 trilhões

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Por Redação
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As condições do crédito do sistema financeiro melhoraram em junho, mês marcado por aumento da oferta de recursos e diminuição tanto dos juros como da inadimplência. Em contraste com o pessimismo registrado na indústria e no comércio em consequência dos efeitos da greve dos transportadores sobre a atividade econômica, a demanda de crédito revelou que grande parte dos agentes econômicos está reagindo à crise.

Entre maio e junho, o estoque de crédito cresceu 0,7%, atingindo R$ 3,130 trilhões. O avanço decorreu do aumento das operações de crédito livre (+1,4% no mês e +3,1% entre o primeiro e o segundo trimestre). Ao mesmo tempo, o crédito direcionado ficou estagnado em junho, com decréscimo trimestral de 0,1%.

As pessoas jurídicas lideraram a demanda de empréstimos: no crédito livre, o estoque de operações cresceu 2,6% no mês e 4,1% no trimestre. Em iguais períodos, os saldos de empréstimos às pessoas físicas avançaram 0,4% e 2,3%, respectivamente, bem abaixo do crédito para as empresas.

Já as concessões de crédito livre, que refletem a disposição das empresas de tomar ou de renovar empréstimos a juros de mercado, aumentaram 9,6% entre maio e junho e 11,3% entre o primeiro e o segundo trimestre. Cresceram ainda mais as concessões de crédito direcionado, mas isto se deveu à base baixa de comparação, pois as concessões ficaram estagnadas no primeiro trimestre de 2018.

A recuperação do crédito nada tem de eufórica e ainda se registra queda de 1,1 ponto porcentual em 12 meses, mas se tornou mais nítida neste ano. A relação entre o crédito total e o Produto Interno Bruto (PIB) passou de 46,6% em janeiro para 46,8% em junho.

A diminuição dos juros ajuda a explicar a retomada. As taxas médias do crédito livre diminuíram 7,7 pontos porcentuais em 12 meses, de 46,2% ao ano em junho de 2017 para 38,5% ao ano em junho de 2018. O spread (diferença entre juros ativos e juros passivos) médio caiu em proporção menor (6,9 pontos porcentuais). Também a inadimplência vem cedendo.

O sinal mais promissor das Estatísticas Monetárias e de Crédito do Banco Central é a maior demanda das empresas. Talvez algumas companhias tenham tomado crédito para compensar a frustração de receitas devido à greve, mas antes disso a tendência de alta do crédito já era visível.

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