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Novo sistema de coleta de lixo

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Por Redação
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A cidade de São Paulo finalmente começa a modernizar seu sistema de coleta de lixo com a instalação de contêineres de superfície e subterrâneos. Esses equipamentos permitem armazenagem mais segura - evitam, por exemplo, que os sacos sejam arrastados pelas enxurradas e bloqueiem as redes de águas pluviais, agravando o problema das enchentes. E, além de eliminar o mau cheiro, evitam a proliferação de insetos nas ruas. O sistema possibilita a destinação correta do lixo para a reciclagem e reduz em pelo menos 30% os custos de operação. Até o fim deste ano, 700 unidades de superfície serão instaladas nas ruas de São Paulo e outros 27 locais terão lixeiras subterrâneas com capacidade de até 20 toneladas, como as que já estão em operação no Conjunto Habitacional Nova União, em Parada de Taipas, na zona norte, na Avenida Rebouças e no Mercado Municipal. A coleta mecanizada e as lixeiras subterrâneas já fazem parte da rotina de muitas cidades de países desenvolvidos, tornando menos custoso e poluente o recolhimento do lixo.A concessionária Loga estenderá o sistema gradualmente pela capital e, até 2019, deverá assegurar a armazenagem de, no mínimo, 165 mil toneladas de lixo no novo padrão, conforme exigência do contrato em vigor. Na primeira etapa de implantação do sistema de superfície, os contêineres, com capacidade de 3,2 mil litros, estão sendo instalados em 25 pontos dos Jardins, como Ruas Joaquim Antunes, Groenlândia, Venezuela, Jamaica, Alemanha e Guadalupe. Os pontos são escolhidos de acordo com o volume de lixo gerado. As lixeiras de aço têm alta resistência e são acionadas a partir de um pedal. O lixo depositado é recolhido por caminhão automatizado, que usa braços mecânicos para levantar o contêiner e esvaziá-lo em sua caçamba, devolvendo em seguida a lixeira à sua posição, para ser higienizada com água e enzimas vivas para desmanchar gorduras e eliminar resíduos que exalam mau cheiro. Nessas lixeiras, os moradores podem depositar, ensacados, resíduos domiciliares orgânicos e embalagens desmontadas. Quanto ao sistema subterrâneo, já está sendo usado por 10 mil moradores e, até o fim do ano, esse número mais do que dobrará. São utilizados dois tipos de contêineres - um que acomoda de até 20 mil litros de resíduos e outro que recebe 3,2 mil litros. Nas calçadas, caixas de descarte são acionadas a partir de cartões magnéticos cadastrados pela concessionária. Quando os contêineres atingem 80% da sua capacidade, sinais sonoros são enviados à central, que providencia a sua troca. Há mais de cinco décadas, nas grandes cidades dos países desenvolvidos, o modelo tradicional de recolhimento do lixo urbano começou a ser criticado por causa do seu impacto ambiental e suas consequências para a saúde pública. O custo das operações de coleta também era um fator de grande preocupação para as administrações públicas. Estudos e pesquisas feitos na Escandinávia, Alemanha, EUA e Japão levaram à criação de um sistema de coleta pneumática, ainda mais avançado do que o que está sendo implantado em São Paulo. Essa tecnologia permite recolher os sacos de lixo das casas e estabelecimentos comerciais por meio de tubulações subterrâneas que, por vácuo, os levam às centrais de coleta.Desde os jogos olímpicos de 1992, Barcelona investe na coleta pneumática de resíduos sólidos. Hoje, a cidade conta com mais de 40 quilômetros de rede subterrânea de sucção, 8 centrais de coleta e 2,1 mil pontos de entrada. Os coletores separam lixo orgânico, vidro, papel e plástico, com significativa economia de custos operacionais, incentivando a reciclagem.A solução para velhos problemas urbanos, como esse, precisa ser acelerada e exemplos de cidades mais avançadas devem ser aproveitados. Numa São Paulo de trânsito caótico e alta concentração de poluição atmosférica, o vaivém de caminhões precisa ser reduzido. A cidade necessita também melhorar o aspecto e a higiene das ruas, principalmente os corredores comerciais. Para tudo isso, o novo sistema de coleta de lixo por contêineres vai colaborar.