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O Fed, o cenário mundial e a nossa responsabilidade

A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de elevar os juros de curto prazo – em 0,25 ponto porcentual, para a faixa de 1,25% a 1,5% – pela terceira vez neste ano não altera de maneira significativa o cenário internacional

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Por Redação
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A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), de elevar os juros de curto prazo – em 0,25 ponto porcentual, para a faixa de 1,25% a 1,5% – pela terceira vez neste ano não altera de maneira significativa o cenário internacional. Pouco depois da decisão do Fed, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra mantiveram inalteradas suas respectivas taxas básicas de juros, enquanto o Banco do Povo da China elevou uma série de taxas de juros de curto prazo, também pela terceira vez no ano. São, em geral, movimentos de acomodação das políticas monetárias de responsabilidade dessas instituições às alterações ou à estabilidade dos principais indicadores econômicos, como ritmo de produção, taxa de desemprego e inflação.

O Fed já sinalizou que novas altas da taxa básica de juros serão aprovadas ao longo de 2018, por causa da necessidade de manutenção da inflação dentro de parâmetros previsíveis mesmo com a evolução bastante favorável da atividade econômica.

O Fed estima que o PIB americano crescerá 2,5% neste ano e no próximo. O desemprego ficará em 4,1% em 2017, 3,9% em 2018 e 3,9% em 2019. Já a inflação deve se manter em 1,7% neste ano, subir para 1,9% em 2018 e só chegar à meta de 2,0% em 2020.

O cenário externo continua favorável para a economia brasileira, mas mudanças nesse quadro, ainda que lentas, vêm sendo acompanhadas com grande atenção pelo Banco Central (BC). Aumentos dos juros nas economias industrializadas reduzem a atratividade dos mercados emergentes, o que pode conter o fluxo de capitais de investimento e de risco para países que até agora o têm recebido em grandes volumes, como o Brasil. Daí a atenção com que o Banco Central acompanha a evolução do quadro econômico internacional.

Como advertiu a ata da reunião do Comitê de Política Monetária do BC realizada na semana passada, “um revés nesse cenário internacional benigno num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários na economia brasileira” trará riscos para o País.

Em outras palavras, a garantia da estabilidade numa situação de mudanças no cenário internacional está nas mãos dos brasileiros – e de um grupo deles, em particular: os responsáveis pela aprovação das reformas, como a da Previdência, que abram caminho para o equilíbrio das contas públicas e para o crescimento.