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O nível de emprego parou de piorar

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Por Redação
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O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, registrou no mês passado a contratação de 1,419 milhão de trabalhadores com carteira assinada e a demissão de 1,384 milhão, com saldo positivo de 34.818 empregos. Embora seja o melhor resultado em cinco meses, só indica, por enquanto, que o nível de emprego parou de piorar. A indústria de transformação, em que se concentram os empregos mais qualificados, continuou liderando as demissões, com o corte de 35,7 mil postos, em março, de 147,3 mil, no primeiro trimestre, e de 114,9 mil nos últimos 12 meses. Os setores que tiveram piores resultados no mês passado foram os metalúrgico, mecânico e de material elétrico e comunicações. Os melhores foram os de calçados, borracha, fumo e couros. O comércio varejista cortou 11,1 mil vagas, em março, e 72,1 mil, no primeiro trimestre. A construção civil, beneficiada por um conjunto de medidas, abriu 16,1 mil vagas em março. Foi o terceiro mês consecutivo de recuperação, além de mostrar a maior expansão em 12 meses (+7,8%). O setor de serviços, maior empregador, abriu 49,2 mil vagas em março e 109,2 mil neste ano, concentradas nas atividades de ensino - dado o início do ano letivo - e na administração de imóveis. Na administração pública foram abertas 7,1 mil novas vagas, no mês passado, e 23,8 mil, no primeiro trimestre, mostrando que o setor público não está, até agora, imbuído de uma política de austeridade. Em termos nacionais, o número de demissões foi significativo na Região Nordeste (40,2 mil), com destaque para Pernambuco e Alagoas. Na Região Norte o Pará foi o mais atingido. Em contrapartida, houve recuperação no interior de São Paulo, em Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. No ponto mais alto da criação de empregos, em setembro de 2008, o saldo líquido de vagas abertas em 12 meses atingiu 2,096 milhões - número reduzido, no mês passado, para apenas 840 mil. Em março de 2008 a geração líquida de vagas com carteira assinada fora de 1,772 milhão. Ou seja, a diferença, neste mês de março, foi de 932 mil empregos a menos. Para incorporar à força de trabalho aqueles que chegam anualmente ao mercado, as empresas privadas e o setor público precisariam abrir, a cada 12 meses, um número estimado entre 1,5 milhão e 2 milhões de novas vagas.