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O País patina no ranking da inovação

Em 2017, como já havia ocorrido em 2016, o Brasil ocupou um modesto 69.º lugar num conjunto de 130 países analisados pelo Índice Global de Inovação

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Por Redação
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Em 2017, como já havia ocorrido em 2016, o Brasil ocupou um modesto 69.º lugar num conjunto de 130 países analisados pelo Índice Global de Inovação (GII, na versão em inglês), elaborado sob a responsabilidade da Universidade Cornell dos Estados Unidos, da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Wipo, em inglês) e da escola de negócios Insead, da França. Com a nota de 33,1 pontos, entre a máxima de 67,7 da Suíça e a mínima de 15,6 do Iêmen, o Brasil ficou abaixo de países como Sérvia, Panamá, Ilhas Maurício, Colômbia, Bahrein, Uruguai e Geórgia e levemente acima de Peru, Brunei, Marrocos, Filipinas, Tunísia, Irã e Argentina. Dado o prestígio internacional do levantamento, trata-se de um sinal bastante negativo para um país que precisa disputar o mercado global de bens e serviços e enfrentar uma concorrência acirrada. O indicador está em sua 10.ª edição e reúne dezenas de variáveis de 130 economias que representam 92,5% da população global e 97,5% do Produto Nacional Bruto (PNB) do planeta. Foi criado na década passada para aferir e entender quais economias têm melhor reação às mudanças em matéria de inovação. A avaliação baseia-se na visão de diferentes grupos, de formuladores de políticas públicas a líderes empresariais, acadêmicos e organizações da sociedade civil. Dada a importância atribuída à inovação na área agropecuária, seria de supor que o Brasil não estivesse em posição secundária, haja vista o desenvolvimento do setor primário no País. Cabe reconhecer, no entanto, que o grau de inovação registrado na agricultura nem sempre vem acompanhado de semelhante empenho na área industrial, seja porque as empresas investem pouco, seja porque os órgãos reguladores são lentos para registrar novas patentes, em contraste com a atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Investir em inovação é papel de governo e de empresas, de preferência não ignorando o saldo concreto desses investimentos para aperfeiçoar processos produtivos, cortar custos e capacitar para a disputa dos mercados globais. O Brasil investe pouco em pesquisa e desenvolvimento (P&D), em comparação com a maioria dos países mais integrados às cadeias produtivas globais e que mais pesam no comércio. A estagnação brasileira em inovação revela um descaso histórico.