Imagem ex-librisOpinião do Estadão

Petróleo salva a balança comercial

Exclusivo para assinantes
Por Redação
1 min de leitura

Até a quarta semana de abril, a balança comercial apresentava saldo positivo de US$ 5,557 bilhões, superior em 35,7% ao mesmo período de 2008. Esse resultado pode surpreender, mas na realidade foi obtido por uma queda das importações, de 22,3%, maior do que a das exportações, que caíram 17,3%. O Brasil enfrenta uma queda da demanda externa bastante sensível, especialmente no caso dos produtos industrializados. Mas, com a recessão, reduziu ainda mais suas importações. É interessante que, nas duas mãos, foi o petróleo que teve a maior participação: reduzimos nossas importações e, em compensação, aumentamos nossas vendas de petróleo e derivados para o exterior. Com a queda do preço internacional das commodities, podia-se imaginar que a balança comercial seria afetada. Na realidade o aumento do volume exportado compensou a queda de preços. Os dados sobre volume são do primeiro trimestre apenas, mas são bastante elucidativos, de qualquer forma. Verifica-se que o volume dos itens básicos cresceu 10,6%, o de semimanufaturados apresentou queda de 15% e o de manufaturados, de 28,7%. Apesar da queda de 9% do preço dos produtos básicos, observa-se que o volume exportado compensou essa perda. No entanto houve uma forte queda da exportação de minério de ferro, produto que no ano passado foi o carro-chefe das vendas externas de itens básicos. O aumento do volume das exportações de produtos básicos se deve, principalmente, ao petróleo, cujas vendas aumentaram 101% - embora a preços muito inferiores aos do ano passado -, e aos produtos agrícolas e de pecuária, cujo volume cresceu 23% no primeiro trimestre. Com o aumento da produção de petróleo, pode-se imaginar que suas exportações continuarão crescentes. Mas no caso da agropecuária a situação é diferente. Já se notou uma grande queda das vendas de carne e a gripe suína deverá acentuar essa tendência, embora não haja risco nenhum, para a população, no consumo dessa carne. Na realidade, os produtores agropecuários acreditam que o mercado chinês será o fator preponderante, embora se possa prever uma redução do milho destinado à alimentação dos porcos. A reação que se está verificando na produção na China deve favorecer um aumento da demanda de minério de ferro, porém a um preço muito inferior ao do ano passado.