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PIB paulista tem ligeira recuperação

Ligeiro avanço mensal, compensando a queda no mês anterior, foi puxado pela indústria

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Por O Estado de S. Paulo
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo cresceu 1% em fevereiro, em comparação com o mês de janeiro deste ano, livre de efeitos sazonais, segundo os dados divulgados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Esse ligeiro avanço mensal, compensando a queda no mês anterior (de 0,9%), foi puxado pela indústria (+2,8%). O setor de serviços teve um ligeiro crescimento de +0,1% e a agropecuária, uma variação negativa (-1,2%).

Os números são um pouco mais animadores na comparação de fevereiro de 2019 com o mesmo mês do ano anterior, verificando-se crescimento de 3,8% da indústria, de 3,9% do setor de serviços e retração na agropecuária (-1,5%). Nos últimos 12 meses findos em fevereiro, o PIB paulista apresenta uma taxa de crescimento de 1,4%, superior à do PIB nacional no ano passado (1,1%).

Os analistas consideram possível que, de ora em diante, com a entrada das novas safras, a agropecuária volte a crescer no Estado e que o setor de serviços também tenha uma reação mais forte. Contudo, a expansão da economia paulista vai depender basicamente da indústria, havendo ainda muita incerteza quanto ao ambiente para novos investimentos.

O problema é que, como se tem verificado, a utilização da capacidade instalada da indústria em operação no Estado continua muito abaixo da média histórica, que é de 80%. A demanda continua fraca e os estoques estão muito baixos.

Em análise sobre o desempenho da indústria no primeiro bimestre de 2019, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) indica que 54% dos setores industriais do País estão em retrocesso, dado que, em grande parte, reflete a situação das empresas manufatureiras instaladas no Estado de São Paulo.

A situação mais preocupante, de acordo com o economista Rafael Cagnin, do Iedi, é a dos fabricantes de bens intermediários, em recessão técnica há dois trimestres consecutivos, que fornecem insumos para outros segmentos industriais. “Os bens intermediários”, disse Cagnin, “são o coração da indústria. Quando não vão bem, é porque o panorama geral do setor está fraco.”

A expectativa dos empresários, com otimismo, é de que este estado de coisas possa mudar com a aceleração da atividade econômica a partir do segundo trimestre.