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Produção industrial reage em julho

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Por Redação
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A produção industrial apresentou crescimento de 2,2% em julho, em relação ao mês anterior. Foi o maior crescimento desde janeiro, o sétimo aumento mensal consecutivo, muito mais significativo do que o dos meses anteriores e disseminado em 23 dos 27 ramos. Assim, os números de julho marcam uma real retomada da produção industrial e da confiança das empresas em relação a um aumento da demanda doméstica, no momento em que os estoques de produtos industrializados voltaram ao seu nível normal, embora as expectativas para as exportações continuem sombrias. A prova dessa confiança na demanda é a taxa de aumento dos bens de capital - 2,1%, em junho, e 1,4%, em julho -, reflexo dos planos das empresas para aumentar sua capacidade de produção após um período de retração dos investimentos. Não é surpresa, portanto, que o setor de máquinas e equipamentos apresente alto crescimento (8,9%) e haja um avanço de 4,5% da metalúrgica de base, setor a ele vinculado. Mas o maior crescimento, de 12,4%, foi no setor de equipamentos de informática, e a explicação está no fato de ser um ramo em que os componentes podem ser importados ainda mais facilmente em razão da valorização do real. Os setores que apresentaram desempenho negativo foram os de material elétrico (-6,3%), que reflete o atraso nos investimentos públicos, e o de refino de petróleo e álcool, cuja exportação diminuiu por causa do câmbio desfavorável. O de veículos automotores ficou estável ante a perspectiva de saturação do mercado. Será que essa tendência de crescimento industrial se manterá nos próximos meses? Já se nota um aumento da Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que é um fator essencial para avaliar a evolução da produção industrial. A FGV acaba de divulgar o seu Índice de Confiança da Indústria, que repete em agosto o aumento registrado em julho. Mas dentro de algumas semanas a indústria começará a pensar na demanda de fim de ano, que seguramente crescerá em virtude de uma melhora da renda familiar e da redução do desemprego, num momento em que o governo vai ter de se empenhar em aumentar seus investimentos. Nos sete primeiros meses a produção industrial acumulada apresentou queda de 12,8% em relação ao mesmo período de 2008. Até o final de 2009 o desempenho será melhor, mas sem chegar a ser positivo.