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Reação do comércio em maio

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Por Redação
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Diversos fatores contribuíram para que as vendas no varejo apresentassem crescimento de 0,8% em maio, depois de dois meses de queda. Houve até crescimento de 4%, sobre o mesmo mês de 2008, e de 4,4%, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano. Em maio, o Dia das Mães sempre favorece a elevação das vendas no varejo, disseminada desde artigos de vestuário (inclusive calçados) - que, depois de uma queda de 1,5% no mês anterior, apresentaram crescimento de 1,7% - até móveis e eletrodomésticos, cujas vendas caíram 2% em abril e aumentaram 0,1% no mês seguinte. O mesmo se passou com os artigos de uso pessoal e doméstico: queda de 2,3%, em abril, e aumento de 2,9%, em maio. Em compensação, registrou-se uma redução de 11,6% na área de informática e comunicação, ante o crescimento excepcional de 10,1% no mês anterior, o que parece se explicar pela variação da taxa cambial e por uma certa saturação do mercado. O crescimento medíocre, de 0,1%, ocorreu nas vendas de supermercados e produtos alimentícios - de longe os que mais pesam nas vendas do comércio em geral. Apesar disso, acusam crescimento de 6,5% no ano, uma taxa maior que apenas o crescimento demográfico explicaria. No que se refere ao comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, registrou-se, na margem, aumento de 3,7% - sendo 8% para os veículos e 5,7% para os produtos vinculados à construção civil. Sem dúvida, esse é um resultado da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que favoreceu bastante as vendas. As de automóveis foram mais de 4% maiores do que em maio de 2008. Mas as de material de construção foram 8,2% menores. No caso dos eletrodomésticos o incentivo não funcionou tanto, pois, embora reagindo na margem, acusam queda de 6,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. A redução da taxa de juros e a maior oferta de crédito - sem falar das generosas transferências do governo - contribuíram para o aumento das vendas em maio. Nos próximos meses, embora haja um aumento das intenções de compra, as famílias poderão encontrar algumas dificuldades para concretizá-las: a desvalorização do real, menores reajustes salariais e o aumento do endividamento que se segue ao crescimento das compras de imóveis contribuirão para inibir as vendas, a menos que se registre uma boa redução do desemprego.