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São Paulo respondeu pela leve melhora da indústria

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Por Redação
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Os primeiros sinais de recuperação do setor industrial surgiram no Estado de São Paulo, cuja produção cresceu 2,6% entre março e abril, seguindo-se à alta de 1,4% entre fevereiro e março. O peso relativo da indústria paulista é de cerca de 35% da produção brasileira e foi determinante para a alta da produção nacional de 0,1% comparativamente a março, que veio acompanhada da melhora do humor das empresas e do recuo de estoques.

Apenas em cinco Estados a produção cresceu entre março e abril – além de São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. Mas há dados menos animadores que os de São Paulo, onde o desempenho da indústria tende a antecipar o das demais regiões e também o comportamento da economia.

O crescimento da indústria paulista se deveu aos setores de produtos alimentícios – em especial ao açúcar cristal e refinado, melaço de cana-de-açúcar, sorvetes, picolés e produtos gelados comestíveis, além de rações para animais e sucos concentrados de laranja – e aos derivados de petróleo e biocombustíveis, com destaque para o etanol. A indústria automobilística continua puxando para baixo o crescimento do setor.

A sequência de duas taxas mensais favoráveis consecutivas em São Paulo deve ser vista com cautela, não se podendo confirmar “a recuperação para a indústria brasileira”, alertou o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.

Na comparação entre abril de 2015 e abril de 2016, a queda de 2,6% da indústria paulista é o quinto melhor resultado entre todos os Estados, mas quando se comparam os primeiros quadrimestres dos dois anos ou o acumulado em 12 meses a queda paulista ainda é muito elevada (11% e 12,2%).

Em Minas, o índice de média móvel trimestral da indústria cresceu 1,2% em relação ao trimestre anterior, ou seja, entre novembro e janeiro. Mas o setor ainda sofre a influência negativa das indústrias extrativas e da metalurgia, pressionadas pelas cotações do minério de ferro e outros metais.

Pernambuco apresentou o maior crescimento entre março e abril (+10,2%), mas entre os primeiros quadrimestres de 2015 e 2016 a queda foi substancial: 22,1%. No Rio, há queda generalizada da produção na comparação com o ano passado. Goiás é exceção, com trajetória positiva desde janeiro.

Os sinais de recuperação ocorrem a partir de bases de produção baixas. É preciso mais para apostar na retomada sustentável da indústria.