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Uma parada na recuperação da indústria

Depois de vários trimestres consecutivos de crescimento, a produção ficou estagnada nos três primeiros meses deste ano em relação aos resultados dos últimos três meses de 2017

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Por Redação
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A recuperação do setor industrial ainda não se consolidou. Depois de vários trimestres consecutivos de crescimento, a produção ficou estagnada nos três primeiros meses deste ano em relação aos resultados dos últimos três meses de 2017. Em relação a um ano antes, o volume produzido aumentou 1,3% e o resultado acumulado no período janeiro-março de 2018 é 3,1% maior do que o de igual período de 2017. Na comparação entre março e fevereiro, porém, a produção industrial caiu 0,1%.

Esses números constam da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM - PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra uma certa perda de dinamismo na recuperação do setor, o mais afetado pela séria crise iniciada no segundo semestre de 2014 e que se estendeu até o ano passado.

Até recentemente, a indústria vinha apresentando resultados positivos. Houve uma sequência de cinco trimestres com alta da produção. Mas o crescimento foi insuficiente para compensar as perdas que o setor sofreu nos 11 trimestres anteriores, pois sua crise antecedeu a que afetou os demais segmentos da economia.

Os números do IBGE confirmam um quadro que havia sido apresentado dias antes pela pesquisa Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essa pesquisa apontava menor faturamento, menos empregados e menos horas trabalhadas na produção em março. O resultado foi frustrante, visto que, segundo a CNI, março “costuma ser um mês de atividade industrial forte, na comparação com o primeiro bimestre”.

O resultado da produção física em março aferido pelo IBGE contém, porém, dados positivos. A produção de bens de capital aumentou 2,1% na comparação com o mês anterior e 8,3% em relação a março de 2017. É forte indicação da retomada de investimentos na modernização e na expansão do parque produtivo.

Na categoria de bens de consumo duráveis, a alta de março foi de 1,0% sobre fevereiro e de nada menos que 15,8% sobre março de 2017. No acumulado de janeiro a março sobre igual período de 2017, o aumento é ainda maior, de 16,3%, graças, em grande parte, ao desempenho da indústria automobilística.

O fortalecimento da recuperação da indústria está condicionado ao aumento do emprego e da renda e à preservação da confiança do consumidor.