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A opção pela responsabilidade

Quase 70% da população de SP está totalmente imunizada contra a covid, fruto da união entre governo e sociedade

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Por Notas & Informações
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Hoje, o Estado de São Paulo colhe os frutos da acertada opção feita pelo governo estadual, ainda no início da pandemia, de agir com responsabilidade na formulação de políticas de enfrentamento da covid-19, dar a devida importância às recomendações da chamada comunidade científica e não atacar, como faz rotineiramente o presidente Jair Bolsonaro, consensos mínimos na área de saúde pública – como a importância das vacinas para a proteção da vida.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 87,1% da população adulta de São Paulo (com 18 anos ou mais) já está totalmente imunizada contra o coronavírus, vale dizer, completou o esquema vacinal de duas doses ou de dose única, caso da vacina da Janssen. Considerando a população total, ou seja, incluindo os menores de 18 anos, cerca de 68% dos paulistas já estão completamente imunizados contra a covid-19.

Embora não haja consenso entre epidemiologistas sobre qual o porcentual exato de vacinados que garante a imunidade coletiva em relação ao Sars-Cov-2 (para outros tipos de vírus, fala-se em algo entre 70% e 80% da população totalmente imunizada), é bastante provável que, se o Estado de São Paulo ainda não chegou a esse patamar de segurança, está bem próximo de atingi-lo. Trata-se de um feito e tanto do governo estadual, que desde o início brigou – às vezes literalmente – para trazer vacinas para o Brasil, e da sociedade paulista, que, uma vez disponíveis os imunizantes, se engajou com firmeza na campanha de vacinação.

O resultado prático dessa união entre governo e sociedade em prol da saúde é que o atual quadro vacinal do Estado de São Paulo, primeiro colocado no ranking de vacinação completa no País, é equiparável ao de países ricos e mais adiantados na vacinação de seus cidadãos, como Reino Unido (68,6%), França (68,3%) e Alemanha (66,5%), de acordo com os dados do Our World in Data.

Parece que foi há muito mais tempo, mas convém lembrar que apenas 1 ano e 5 meses atrás, quando a população estava aflita no momento mais agudo da então primeira onda de covid-19 no País, o governo de São Paulo anunciava uma parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac para desenvolvimento e produção de uma vacina contra o coronavírus. Dessa parceria auspiciosa nasceu a Coronavac, que no dia 17 de janeiro deste ano se tornou a primeira vacina contra a covid-19 aplicada no País. Logo a Coronavac extrapolou os limites de São Paulo e, durante um bom tempo, lutou sozinha contra o coronavírus. É seguro afirmar que, graças ao imunizante pioneiro, muitas mortes foram evitadas.

Resta evidente, portanto, a abissal diferença entre a “estratégia”, por assim dizer, do governo Bolsonaro de buscar a imunidade coletiva contra o coronavírus falseando a gravidade da crise sanitária, e, assim, expondo os brasileiros a perigo de morte, e a do governo de São Paulo, que, tendo o mesmo objetivo, agiu com responsabilidade e valorização da vida ao optar pela via da vacinação em massa de sua população.