12 de maio de 2022 | 03h00
Crise dos combustíveis
Greve de caminhoneiros
Jair Bolsonaro, que já trocou o presidente da Petrobras duas vezes, chegou a dizer em março que “com toda certeza” a Petrobras reduziria o preço dos combustíveis, como ele quer. Agora, leva mais um tiro no próprio pé: com o aumento do preço do diesel, caminhoneiros estão decididos pela greve, o que trará mais prejuízos aos brasileiros. Afinal, depois de tantas trapalhadas, o presidente, apavorado, busca saídas para agradar à classe. A pergunta é “e agora, José, digo, Jair?”.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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Onde estão as propostas?
E agora, o que vamos fazer? Quase todos estão ganhando com o aumento dos combustíveis: ganham o governo federal, os governos estaduais e os acionistas da Petrobras. Quem perde? O povo, que paga por todos os aumentos. Estamos vivendo um momento de guerra e não seria nada demais se todos os Poderes olhassem para aqueles que mais sofrem com o aumento da inflação. E os candidatos em todos os segmentos da eleição deste ano, que propostas têm, além de culpar os outros?
Izabel Avallone
São Paulo
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Setor elétrico
Ruptura
Importantíssimo o alerta do sr. Victor Hugo iOcca, diretor de Energia da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), no seu artigo A ruptura do setor elétrico está próxima (Estado, 11/5, B2). De fato, o projeto de decreto que tramita no Congresso Nacional em regime de urgência, independentemente do seu mérito, desautoriza a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e põe por terra a necessidade de uma agência reguladora forte, independente, como condição primeira para garantir às partes, consumidores e investidores, que as leis setoriais serão cumpridas independentemente da vontade dos políticos. O projeto, de tabela, simplesmente inviabiliza a privatização da Eletrobras. Por quê? Simples: qual o investidor que se aventurará a depositar suas economias num setor de longo prazo de maturação cujo retorno não é garantido pelo Estado? A “estatização” das agências reguladoras, protegendo-as como entidades do Estado, e não dos governos, é condição imprescindível para garantir a lisura e o sucesso das privatizações em setores monopolísticos. O Brasil precisa, sim, rever seu caríssimo modelo setorial centralizado e os pesados subsídios e impostos incorporados à tarifa de energia elétrica, mas o caminho está errado. O diretor da Abrace sabe do que fala.
Nilson Otávio de Oliveira
São Paulo
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Sabesp
Economia de água
Se realmente a intenção da Sabesp fosse reduzir o consumo de água em São Paulo, como diz notícia de ontem no Estado (A17), a empresa monopolista deveria cobrar menos na conta de água, em vez de cobrar o consumo mínimo de 10 m3 para residências e 20 m3 para o pequeno comércio. Como é hoje, ninguém economiza, já que de qualquer forma tem de pagar o mínimo.
Alberto Utida
São Paulo
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Calçadas de São Paulo
Modernismo tacanho
Em nome da funcionalidade ou pela especulação imobiliária, são continuamente descaracterizados os antigos traços arquitetônicos de nossas cidades. O Estadão de ontem noticiou que a Prefeitura de São Paulo pretende trocar o piso de pedrinhas portuguesas do centro velho por calçadas de concreto. Que a próxima “obra modernizante” não seja a troca das belas estruturas de aço importado de pontes, estações ferroviárias ou do Mercado Municipal por lindas vigas de concreto. No momento em que a tecnologia reduz as opções de trabalho do contingente de mão de obra menos qualificada, substituem-se as possibilidades de empregá-lo pela praticidade de caminhões de concreteiras. E ainda esta gente se gaba de conhecer o urbanismo histórico conservado em Paris ou Londres. Pobre povo este sem memória.
Alberto M. Dowell de Figueiredo
São Carlos
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É tão absurdo gastar dinheiro com a reforma de calçadas, quando o povo não tem o que comer nem onde morar ou estudar, que não pude ficar calada. É dinheiro jogado no lixo.
Cristina C. Mammini
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
PETROBRAS
Se fosse legítima a preocupação do presidente Bolsonaro com a política de preços de combustíveis vigente no País, ao invés de protestar ou trocar o presidente da Petrobras a cada atualização de preços, simplesmente mandaria estudar uma nova forma de cálculo e a apresentaria para aprovação numa assembleia de acionistas. Paralelamente deveria calcular os possíveis custos indenizatórios que teriam direito os minoritários e os submeteria, com a devida justificativa, ao Congresso para debate e aprovação. É assim que se governa. Espernear sem apresentar uma solução, fazendo campanha contra a empresa, é irracional e só agrava o problema.
Nilson Otávio de Oliveira
São Paulo
noo@uol.com.br
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NOVA DEMISSÃO
Mais um presidente da Petrobras será demitido por Jair Bolsonaro. Trata-se de José Mauro Ferreira Coelho, que já disse que os preços serão reajustados mediante o mercado internacional e, por coincidência, é a mesma posição dos demais demitidos. Se Bolsonaro for coerente, José Mauro deve ser demitido nos próximos dias por mais um aumento dos combustíveis. Na verdade, os brasileiros já perceberam que as lorotas de Bolsonaro são “para inglês ver”. Aliás, as demissões tem prazo, ou seja, após as eleições, não haverá mais razão para enganar o povo com o “tabelamento” irresponsável.
Júlio Roberto Ayres Brisola
jrobrisola@uol.com.br
São Paulo
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CEGUEIRA
Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e participação na organização criminosa que desviou mais de R$ 20 bilhões da estatal e que patrocinou partidos e campanhas políticas desde 2004, no governo Lula, recebeu carta branca para viajar pelo mundo e usufruir do dinheiro roubado. Quem tem um olho, mesmo torto, em terra de justiça cega, torna-se rei.
J. A. Muller
josealcidesmuller@hotmail.com
Avaré
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R$ 100 BI NO GASODUTO DO CENTRÃO
O “Centrãoduto" foi manchete nesta quarta-feira (Antes contrário, governo agora aprova ‘Centrãoduto’, 11/5, A10). Cem bilhões de reais do pré-sal para o Tesouro podem entrar pelo cano do gasoduto, aberto pelo Centrão, direto para o "rei do gás", Carlos Suarez. O "jabuti" gasoso ainda pode render um "dízimo" pela "graça alcançada" aos reis do Centrão. Aleluia!
Paulo Sergio Arisi
paulo.arisi@gmail.com
Porto Alegre
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CENTRÃO DITA AS REGRAS
Se o Centrão faz o que quer com o governo de Jair Bolsonaro, como informa o Estadão, agora, seus líderes desejam a toque de caixa aprovar um megaprojeto no Congresso que pode custar para as já combalidas contas públicas R$ 100 bilhões. O objetivo escuso é beneficiar um ex-sócio da OAS (empresa muito presente na Lava Jato), Carlos Suarez, que pretende construir uma rede de gasodutos no País. Ora, se é considerado o “rei do gás”, que utilize recursos próprios ou faça empréstimos. Mesmo que esse projeto seja importante para a Nação, o governo federal não tem recursos nem deve bancar essa obra. Na realidade, ao arrecadar verbas em ano de eleição é de se desconfiar que esse projeto tenha cara manjada e perniciosa de negociata comandada pelo Centrão. E o Brasil que se lixe…
Paulo Panossian
paulopanossian@hotmail.com
São Carlos
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DINHEIRO PÚBLICO
Um dos últimos e maiores absurdos é esse tal de "orçamento secreto" no Congresso. Uma grande vergonha que não os constrange e que só eles podem mudar, mas com essas manobras todos serão reeleitos como também os presidentes da Câmara e do Senado também manterão suas reeleições aos cargos. Um círculo vicioso que nos condena ao atraso.
Luiz Frid
fridluiz@gmail.com
São Paulo
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CULTURA DO ÓDIO
A cultura do ódio é devastadora. A frase está em uma matéria sobre a atriz Dira Paes (Dira fala sobre o desafio de ser Filó, mulher ‘com a cara do Brasil’, 10/5, C1). A cultura do ódio é a arma que o despresidente Bolsonaro sacou assim que subiu a rampa do Palácio do Planalto no dia de sua posse, embora não a tenha dito expressamente ao fazer o juramento de respeitar a Constituição do País – juramento mentiroso. Tão pouco usual ter como presidente alguém que trabalha contra a democracia que prometeu respeitar, o desastre em que se transformou sua gestão ultrapassou qualquer perspectiva. Hoje, a economia do País patina, o salário mínimo, que faz jus ao nome, é menor do que era na gestão anterior, a miséria e o desemprego cresceram exponencialmente, e há uma ameaça constante de ruptura do próprio regime democrático. Bolsonaro já deveria ter sofrido impeachment há tempos, mas seus protegidos colocados em postos estratégicos frustraram todas as tentativas de afastá-lo de forma institucional. Assim, hoje, sem a ação dos partidos que poderiam oferecer à população nomes capazes de mudar essa política de destruição implantada e trabalhada pelo capitão ,“terrorista” desde jovem, o País se encontra numa encruzilhada extremamente perigosa para seu futuro. Ainda dá tempo de mudar essa situação.
Jane Araújo
janeandrade48@gmail.com
Brasília
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GOLPE DE BOLSONARO
O golpe de Bolsonaro está muito bem construído, lançando dúvidas sobre um processo eleitoral que o elegeu e reelegeu por décadas. O discurso de deslegitimar outras instituições é idêntico ao fascismo, mas não se pode usar a palavra. A pergunta é até quando a mídia, a Justiça e o Parlamento continuarão em sua expectativa letárgica esperando a consumação das nuvens plúmbeas que já pairam sobre todos nós.
Adilson Roberto Gonçalves
prodomoarg@gmail.com
Campinas
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PERDÃO, AINDA QUE IMERECIDO
Seguindo a máxima "perguntar não ofende", será que Bolsonaro, usando de suas prerrogativas, vai conceder perdão ao major João Paulo da Costa Araújo Neves, preso pelo Exército por desobediência ao regulamento e estatuto? O oficial foi preso por manifestações político-partidárias nas redes, o que não é permitido a militares da
ativa (Estado, 11/5, A14).
Alvaro Salvi
alvarosalvi@hotmail.com
São Paulo
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AS POSIÇÕES DE LULA E ALCKMIN
Na realidade, Lula da Silva sempre transitou pelos meandros da ideologia de esquerda, mas sempre afirmando que não era esquerdista nem socialista, mas simplesmente sindicalista. Meia verdade. Alckmin, no entanto, sempre se qualificou como de centro-direita, expondo sua opção sempre pelo capitalismo e pelo liberalismo. Mas quem mudou mais, se mudou? Lula da Silva mudou quase nada, mas não se esquece das posturas esquerdistas como: controle da mídia e ser favorável ao estatismo e à estatização. Mas Geraldo Alckmin, sem dúvida, mudou muito, calando-se ante brados de não às privatizações, que sempre defendeu, e silêncio quanto ao controle da mídia, que nunca defendeu ou pensou. Como na prática a teoria é outra, aguardar eventual governo será bom, porque no seu curso saberemos mesmo quem é quem para futuros e mais certos julgamentos.
José Carlos de Carvalho Carneiro
carneirojcc@uol.com.br
Rio Claro
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O CENTRISMO FAKE DE LULA
O editorial O centrismo fake de Lula (Estado, 11/5, A3) diz que ele “convocou seus correligionários a assediar deputados e suas famílias em suas casas”. Por acaso ter uma função pública não seria se expor a manifestações populares? Por que chamar pares para manifestar opinião pacífica não é democrático? Porque é o Lula?
Regiane rocha
regianer@gmail.com
São Paulo
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PSDB
PSDB e João Doria lembram sempre traição. Estou seguro disso e sempre me lembro da Cracolândia sem solução. Está no colo de Doria.
Antônio José G. Marques
ajgmescalhao@gmail.com
São Paulo
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PAI E PADRASTO
O ex-governador João Doria achava que ser o pai da vacina garantiria o seu passaporte para a Presidência do Brasil. Por outro lado, ele se esqueceu de que foi o padrasto dos comerciantes com suas medidas autoritárias do “fecha tudo” durante a pandemia, o que levou a uma quebradeira de restaurantes e empresas em geral. Passado o período de turbulência, as pesquisas mostram o grau de satisfação de Doria junto ao eleitor: 1%. Só quem sentiu na pele sabe o que foi perder tudo de uma hora para outra.
Luciana Lins
lucianavlins@gmail.com
Campinas
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MÁ-FÉ E DOLO
É fato que a pandemia foi muito pior no Brasil devido a ações e omissões do governo na gestão da Saúde. É fato que o presidente Bolsonaro atacou todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e agiu de maneira diametralmente oposta a elas, estimulando aglomerações sem máscara, atacando as vacinas e promovendo remédios sem eficácia comprovada. É fato que o presidente Bolsonaro nomeou um leigo para comandar a pasta da Saúde na pandemia. É fato que o general Pazuello sabia com antecedência dos problemas da falta de oxigênio em Manaus e não agiu para evitar a carnificina. É fato que Bolsonaro e Pazuello agiram de maneira completamente irresponsável na gestão da Saúde na pandemia e deveriam responder por seus atos, que resultaram na morte evitável de centenas de milhares de cidadãos brasileiros.
Mário Barilá Filho
mariobarila@yahoo.com.br
São Paulo
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ENFERMAGEM
Doze de maio, Dia Mundial da Enfermagem. Gostaria de homenagear todos os profissionais da área que vem, dia após dia, trabalhando para conter pandemias das doenças no nosso planeta. Parabéns pela dedicação e bravura neste momento tão delicado da humanidade! Vocês são fundamentais.
José Ribamar Pinheiro Filho
pinheirinhoma@hotmail.com
Brasília
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